Segue a tradução do Lucas Barbosa Becker das 10 regras para padronização de argumentos, extraídas de GOVIER, Trudy. A Practical Study of Argument (Wadsworth, 1991, pp. 34-35):
- Confirme que a passagem com a qual você está lidando contém realmente um argumento. Será um argumento se, e somente se, o autor está tentando sustentar uma posição com afirmações em defesa dela.
- Identifique a conclusão principal ou conclusões. Palavras indicadoras podem ajudar. Muitas vezes o contexto é muito útil, particularmente quando uma pessoa discute contra outra. Nesse caso, tipicamente, a conclusão de uma pessoa será a negação da posição da outra.
- Identifique aquelas frases que servem de sustentação para a conclusão principal. É de grande ajuda, nesse estágio, olhar as frases e perguntar a si mesmo quais poderiam plausivelmente dar suporte, ou que sejam capazes de dar sustentação à conclusão que você identificou.
- Omita qualquer material que serve apenas para informação secundária -- por exemplo: notas introdutórias ou editoriais.
- Omita qualquer material que você já tenha incluído. Essa instrução se aplica quando a mesma premissa ou conclusão é expressa diversas vezes, com palavras levemente diferentes. Se isso acontecer quando essa mudança de palavras indica primeiro uma premissa e depois uma conclusão, coloque as duas proposições na sua forma padrão (como veremos mais adiante, essa situação significa que há uma séria falha no argumento). De outra forma, não repita a proposição.
- Omita expressões pessoais como "eu pensei por muito tempo", "na minha humilde opinião" e assim por diante. Isso não faz parte do conteúdo do argumento, mas são indicadores estilísticos da direção do autor.
- Numere cada premissa e conclusão, e escreva o argumento na forma padrão com as premissas acima da conclusão.
- Confira se cada premissa e conclusão possui uma proposição independente. Isso significa que premissas e conclusões não devem incluir pronomes como "ele", "meu" e "isso". Apesar disso, os substantivos apropriados devem ser usados. As premissas e conclusões devem estar em forma de afirmações, não de questões, comandos ou exclamações.
- Confira se nenhuma premissa ou conclusão expressa ela mesma um argumento inteiro. Por exemplo, se uma premissa diz "John mentiu antes, então ele não é confiável", você precisa separar essa premissa em (1) John mentiu antes e (2) John não é confiável. Na estrutura, (1) dá sustentação para (2) em um subargumento. O subargumento não é mostrado quando você escreve "John mentiu antes, então ele não é confiável" como uma única premissa.
- Confira sua versão padronizada com a original e veja se você deixou alguma coisa essencial ou se incluiu algo que não deveria ter sido incluído.
1 comment:
Muito útil.
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