Wednesday, October 18, 2006

Grupos e Notas [atualizado]

Relação de integrantes dos grupos, e respectivas notas (dos que já apresentaram):
  1. INTEGRANTES: Anelise, Caren, Carlos Eduardo, Carlos Vianna, Daniela Matos e Laura Carvalho; NOTA: 7,5 NOTA APÓS RECUPERAÇÃO: 10,0
  2. INTEGRANTES: Pedro Herberle, Mariana Rodrigues, Gabriela Lontra, Renata e Sayuri Dorneles Kubo; NOTA: 7,5 NOTA APÓS RECUPERAÇÃO: 10,0
  3. INTEGRANTES: Helene, André, Felipe, Gustavo e Alex; NOTA: 8,0
  4. INTEGRANTES: Diego Haupenthal Pintado, Sérgio Lemos, Maurício Licks, e Guilherme Santos NOTA: 8,5
  5. INTEGRANTES: Laura Petró, Karina, Hanae Monma, Carla e Graziela Esteves; NOTA: 9,5
  6. INTEGRANTES: Adriano, Mônica, Franscisco, Mayara, Raissa; NOTA: 9,5
  7. INTEGRANTES: Gabriel Gama, Eleonora Coelho, Fabrício Rodrigues, Luis Octávio Noschang; NOTA: 9,5
  8. INTEGRANTES: Karen Laux, Ricardo, Rodrigo O. e Júlia; NOTA: 9,0
  9. INTEGRANTES: Ana Carolina, Bruna, Daniela de Bem, Fernanda, Luciane, Mariele; NOTA: 9,0
  10. INTEGRANTES: Alexandre Pereira, Deisi Silveira Delgado; NOTA:
  11. INTEGRANTES: Leonardo Hauschild, Gabriela Benites, Cristine Marquetto, Bruno Craidy e Márcio Dolzan; NOTA:

Roteiro e bibliografia para as aulas dos dias 30/10 a 04/12 de 2006

Roteiro e bibliografia

para as aulas dos dias 30/10 a 04/12 de 2006


  • 30/10

    • Exposição 1: O problema das “outras mentes” e da relação mente-corpo

  • 6/11

    • Apresentação dos grupos 6 e 7: Dualismo vs. Materialismo / Fisicalismo

    • Exposição 2: Análise do texto de Gilbert Ryle: “O Mito de Descartes”

  • 13/11

    • Exposição 3: O Problema do Livre Arbítrio

  • 20/11

    • Apresentação dos grupos 8 e 9: Libertarismo vs. Determinismo

    • Exposição 4: Análise do texto de Peter Strawson: “Liberdade e Necessidade”

  • 27/11

    • Filme: Minority Report: A Nova Lei

    • Apresentação do grupo 10: Análise do filme Minority Report

  • 04/12

    • Prova II (OBS: conforme o andamento das aulas, poderá ser adiada para dia 11/12)


Bibliografia primária para as exposições 1 e 2:

Blackburn, Simon. Pense! Uma Introdução à Filosofia; Capítulo 2: “Mente” (Lisboa: Gradiva, 2001, pp. 57-88)

Nagel, Thomas. Uma Breve Introdução à Filosofia; Capítulo 3: “Outras mentes” e Capítulo 4: “O problema mente-corpo” (São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp. 19-38)

RYLE, Gilbert: O Conceito de Espírito; Introdução e Capítulo 1: “O Mito de Descartes” (Moraes Editores, Série Manuais Universitários, 1970, pp. 7-23)


Leituras complementares para as exposições 1 e 2:

KIM, Jaegwon. “Fisicalismo”. Crítica: Revista de Filosofia e Ensino [online]. 2006 <http://www.criticanarede.com/men_fisicalismo.html>

LOPES, Carlos Eduardo et al.O Behaviorismo de Ryle”: Excertos de “Radical Behaviorism as philosophy of mind”. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2003, vol.16, no.1 p.85-94. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722003000100009&lng=en&nrm=iso>.


Verbetes relacionados disponíveis em enciclopédias online:

Dualism (philosophy of mind) (Wikipedia inglesa): http://en.wikipedia.org/wiki/Dualism_%28philosophy_of_mind%29

Dualism (Dictionary of philosophy of mind): http://artsci.wustl.edu/~philos/MindDict/dualism.html

Dualism (Standford Encyclopedia of Philosophy):http://plato.stanford.edu/entries/dualism/

Materialism (Wikipedia inglesa): http://en.wikipedia.org/wiki/Materialism

Materialismo (Wikipédia portuguesa): http://pt.wikipedia.org/wiki/Materialismo

Philosophy of mind (Wikipedia inglesa): http://en.wikipedia.org/wiki/Philosophy_of_mind

Physicalism (Wikipedia inglesa): http://en.wikipedia.org/wiki/Physicalism

Physicalism (Standford Encyclopedia of Philosophy): http://plato.stanford.edu/entries/physicalism/


Bibliografia primária para as exposições 3 e 4:

Blackburn, Simon. Pense! Uma Introdução à Filosofia; Capítulo 3: “Livre arbítrio” (Lisboa: Gradiva, 2001, pp. 89-127)

Nagel, Thomas. Uma Breve Introdução à Filosofia; Capítulo 6: “Livre arbítrio” (São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp. 49-62)

STRAWSON, P. F. Análise e Metafísica: Uma Introdução à Filosofia; Capítulo 10: “Liberdade e Necessidade” (São Paulo: Discurso Editorial, 2002, pp. 173-185)


Leituras Complementares para as exposições 3 e 4:

KANE, Robert. “Compatibilismo”. Crítica: Revista de Filosofia e Ensino [online]. 2005 <http://www.criticanarede.com/html/met_compatibilismo.html> (Requer subscrição)

RUAS, Paulo. “O problema do livre-arbítrio”. Crítica: Revista de Filosofia e Ensino [online]. 2005 <http://www.criticanarede.com/met_savater.html>

SOBER, Elliott. “Liberdade, determinismo e causalidade”. Crítica: Revista de Filosofia e Ensino [online]. 2005 <http://www.criticanarede.com/eti_livrearbitrio.html>

SOBER, Elliott. “Roteiro de posições acerca do livre-arbítrio”. Crítica: Revista de Filosofia e Ensino [online]. 2005 <http://www.criticanarede.com/eti_livrearbitrio2.html>


Verbetes relacionados disponíveis em enciclopédias online:

Compatibilism and incompatibilism (Wikipedia inglesa): http://en.wikipedia.org/wiki/Compatibilism

Determinism (Wikipedia inglesa): http://en.wikipedia.org/wiki/Determinism

Determinismo (Wikipédia portuguesa): http://pt.wikipedia.org/wiki/Determinismo

Libertarianism (metaphysics)(Wikipedia inglesa): http://en.wikipedia.org/wiki/Libertarianism_%28philosophy%29

Livre-arbítrio (Wikipédia portuguesa): http://pt.wikipedia.org/wiki/Livre-arb%C3%ADtrio

Free Will (Wikipedia inglesa): http://en.wikipedia.org/wiki/Free_will

Free Will (Standford Encyclopedia of Philosophy): http://plato.stanford.edu/entries/freewill/

Thursday, October 12, 2006

Prova I

Prezados alunos,

Como combinado em aula, a prova da disciplina foi enviada via email a todos os alunos, em formato pdf, e também foi deixada uma cópia impressa na pasta da disciplina, no Xerox da Fabico. Caso algum de vocês encontre dificuldade com anexos, bloqueadores de spam, etc., pode usar o seguinte link temporário para baixar a prova no Yousendit:

http://download.yousendit.com/DDE04F5941CF82B0

Há instruções gerais sobre como resolver os exercícios na própria prova. Gostaria apenas de lembrar de algumas regras importantes aqui:
  1. o prazo máximo e improrrogável para entrega da prova é dia 18/10/2006 (quarta-feira da semana que vem), até as 15:30h, na minha sala no IFCH (Campus do Vale - Ufrgs, no. 209). Caso alguém queira entregar antes dessa data e hora, ou caso por algum motivo eu não me encontre presente na minha sala quando me procurarem, peço para que deixem a prova em meu escaninho na Secretaria do Depto. de Filosofia, que se encontra no andar térreo do prédio do IFCH.
  2. a prova deverá ser entregue em formato impresso ou manuscrito, nesse último caso necessariamente à caneta e com letra legível.
  3. a prova poderá ser feita individualmente ou em grupos, com um número máximo de três integrantes.
  4. dúvidas a respeito da compreensão de questões poderão ser encaminhadas por email, exclusivamente ao endereço de nosso grupo de discussão, e, se consideradas pertinentes, serão respondidas de modo que todos os alunos inscritos no grupo possam ser beneficiados.

Desejo a todos um ótimo trabalho!

--
Cordialmente,

Jonadas

Tuesday, October 03, 2006

Adiamento da prova

Caros alunos,

Aos que estiveram ausentes nas últimas aulas, lembro que a prova foi adiada do dia 09/10 para dia 16/10. No dia 09 termino a apresentação de Hume, e, depois da apresentação do grupo 5, teremos algum tempo para sanar dúvidas referentes ao conteúdo da prova.

--
Um abraço,

Jonadas

Sunday, September 17, 2006

Ligações para textos introdutórios de Lógica

Recomendo a leitura dos seguintes textos, que listo em ordem de relevância, para acompanhar as lições introdutórias de lógica:
Além disso, vale a pena dar uma olhada na seção sobre Falácias, que, assim como os indicados acima, é de acesso livre no sítio criticanarede. Caso alguém tenha interesse por qualquer desses textos, mas tenha dificuldades em acessá-los e / ou imprimi-los, entre em contato comigo, para que eu deixe uma cópia impressa na pasta da disciplina.

--
Um abraço,

Jonadas

Cronograma de Atividades [revisado]

Prezados alunos,

Segue um resumo do cronograma de atividades para as aulas restantes dessa primeira parte do semestre -- o qual foi revisado visando à diminuição de conteúdo para a primeira prova, deixando de fora os textos de Locke e Berkeley:


  • 18/09
    • Introdução à lógica dedutiva I: formas válidas de argumentos
    • Exposição Hume I: ceticismo e naturalismo, método, e elementos de seu Empirismo.
  • 25/09
    • Introdução à lógica dedutiva II: verdade e validade, contra-exemplos e mundos possíveis
    • Exposição Hume II: dúvidas céticas e soluções céticas: as seções IV-VI da Investigação.
  • 02/10
    • Apresentação dos grupos 4 e 5: Racionalismo cartesiano vs. Anti-racionalismo humeano.
    • Revisão
  • 09/10
    • Prova I, sobre os temas abordados na primeira parte do semestre:
      • O que é conhecimento?
      • O problema da aparência vs. realidade, e o surgimento da filosofia moderna.
      • A solução racionalista de Descartes.
      • A crítica humeana ao racionalismo, e a alternativa naturalista.
Atenciosamente,

Jonadas

Saturday, September 16, 2006

Informações sobre Descartes e Hume

Caros alunos,

Vou repassar a mensagem que mandei ao Diego, acho que será útil. Ele me perguntou o seguinte:

[...] queria saber se tu poderás pôr as outras meditações no xerox mesmo, ou então até mesmo me recomendar um site que as tenha...


Minha resposta foi: No blog há links para uma versão em inglês, mas é muito fácil encontrar isso na internet. Lembrem-se que o Google e a Wikipédia são seus amigos! :-)

Um bom começo é este artigo da wikipedia (no fim há um link para o texto em inlgês das Meditações)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Medita%C3%A7%C3%B5es_sobre_filosofia_primeira

Sugiro que todos dêem uma olhada nisso, e também no verbete sobre Hume, que é muito bom. O link é:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hume

Um abraço,

Jonadas

Monday, September 11, 2006

A física quântica e os mitos quânticos

O Planetário (Av. Ipiranga, 2000) promove hoje, dia 11, a palestra "A física quântica e os mitos quânticos", dentro do projeto Ciência no Planetário 2006. A palestra será ministrada pelo professor José Roberto Iglesias a partir das 19h. Outras informações pelo telefone 3316-5384 e na página relacionada abaixo.

Link Relacionado:
www.planetario.ufrgs.br



Do resumo encontrado no site:
A física quântica e os mitos quânticos Segunda-feira, 11 de setembro às 19h
Palestrante: José Roberto Iglesias

Existem curas quânticas? Se a pensamos nos diagnósticos por exames de ressonância magnética, e em terapias por radiações ionizantes, existem sim, já que essas duas tecnologias, e muitas outras usadas no dia a dia - laser, microcomputadores, fibras óticas, - têm a sua base na física quântica. De fato, a partir dos anos 1920 a física quântica revolucionou nossa interpretação da realidade, propondo interpretações da mesma muito afastada do  senso comum, e mudou radicalmente a tecnologia, criando técnicas de armazenamento e processamento de dados e aparelhos como CD, DVD, etc, que são muito recentes e que hoje estão integrados ao nosso dia a dia. Porém, por propor uma interpretação não-convencional da natureza, ela tem sido utilizada muitas vezes para justificar propostas absurdas, do tipo da "cura quântica", propostas que estão muito longe de qualquer explicação científica ou aplicação tecnológica.


Prato cheio depois das discussões do final da aula de hoje. Abraço!

Saturday, September 09, 2006

Links da Standford Enciclopedia of Philosophy

Prezados alunos,

Para os que lêem em inglês, sugiro que façam pesquisas na Standford Enciclopedia of Philosophy, que tem muito material sobre os mais diversos autores e questões filosóficas. Por ora os seguintes textos são altamente recomendados, para aprofundar o que já vimos em aula:

Descartes' Life and Works
Descartes' Epistemology

Além disso, para os que quiserem ir adiantando o que veremos a partir das próximas aulas (especialmente os grupos 4 e 5), sugiro a leitura do artigo sobre David Hume.

--
Um abraço,

Jonadas

Wednesday, September 06, 2006

Roteiro de Leitura das Meditações I e II

A análise do argumento de Descartes nas duas primeiras Meditações visa à apresentação dos seguintes pontos:

  1. A natureza do procedimento da dúvida metódica e hiperbólica;
  2. As razões fornecidas para duvidar das "opiniões recebidas";
  3. O estabelecimento da "primeira certeza", ou "certeza do cogito";
  4. A natureza do sujeito que está de posse dessa certeza, que é a de uma coisa pensante;
  5. A tese de que a mente é mais fácil de conhecer que o corpo.

Abraço a todos.

Monday, August 21, 2006

Aparência e realidade [link corrigido]

Links para dois textos acerca desse tema que trataremos a partir da próxima aula:

Aparência e realidade, de Bertrand Russell

Appearance and Reality, By Blythe Sadler and Zach Gerson

No final deste segundo texto há links para outras fontes.

Informações sobre as apresentações dos grupos

Olá novamente,

Antes de mais nada, gostaria de pedir ao grupo formado por: Anelise Daniela Matos, Carlos Eduardo, Caren e Laura que digam qual foi o número sorteado por vocês. Aos demais grupos, peço que enviem o quanto antes a relação dos componentes para que eu possa montar uma tabela e publicar no blog, para facilitar quando quisermos lembrar das datas, temas e textos a serem tratados.

Na próxima aula teremos um debate entre os grupos 1 e 2, que terá por base o texto "Sobre o Suposto Direito de Mentir por Amor à Humanidade", de Immanuel Kant (já na pasta). Como preparação para esse debate, sugiro que os grupos sigam as seguintes instruções:

Grupo (1):

a. Identifique e apresente claramente a tese central de Benjamin Constant, citada por Kant.
b. Identifique, organize, complete e exponha os argumentos de Constant.

Grupo (2):

a. Identifique a tese central de Kant.
b. Identifique, organize e exponha os seus argumentos

Nesse debate serão avaliadas, primeiramente, as capacidade de compreensão e de reconstrução dos argumentos, e, segundamente, a capacidade de reflexão pessoal. Lembrem-se de apresentar as teses e argumentos analisados de maneira clara e segundo uma ordem lógica -- o que implica indicar quais são as principais premissas empregadas pelos respectivos autores, quais são as razões que eles apresentam para fundamentá-las, bem como quais são -- se é que há -- os fatos ou as hipóteses auxiliares. Caso essas razões não sejam apresentadas explicitamente no texto, diga que razões poderiam ser fornecidas em suporte às teses abordadas. Por fim, expresse sua própria opinião fundamentada sobre o assunto -- que pode ou não convergir com a do autor analisado.

Para as próximas apresentações, a idéia é a seguinte: a apresentação do filme Matrix em princípio ficaria com o grupo (3), que já concordou (pelo menos alguns de seus integrantes) em prepará-la. As demais apresentações serão sorteadas sempre com duas semanas de antecedência entre os grupos restantes -- assim, todos terão o mesmo tempo para prepará-las.

Aos alunos que assistirem as apresentações ou debates, pede-se que leiam sempre os textos de base com antecedência, para que possam fazer questões e intervenções, e participar na discussão. Lembrem-se que os temas abordados nesses debates serão parte do conteúdo da prova final.

Qualquer dúvida estou à disposição.

--
Um abraço,

Jonadas

Cronograma de Atividades

Prezados alunos,

Segue um resumo do cronograma de atividades da primeira metade do semestre:


  1. 14/08

    • Exposição 1: Notas sobre a natureza e história da filosofia;

    • Exposição 2: O fazer filosófico: "Filosofia se faz pensando";

  1. 21/08

    • Discussão: Porque é importante pensar? Análise do texto de Kant;

    • Exposição 3: O que é conhecimento?

  1. 28/08

    • Exposição 4: (i) Gettier contra a teoria CVJ; (ii) Aparência e Realidade: a revolução científica e a origem da filosofia moderna.

    • Debate entre os grupos (1) e (2): Kant vs. Benjamin Constant;
  1. 04/09

    • Exposição 5: Fundacionismo e Racionalismo Cartesiano

    • Filme 1: Matrix

  1. 11/09

    • Apresentação grupo (3): Matrix e a realidade

    • Exposição 6: O Naturalismo e o Ceticismo de Hume

  1. 18/09

    • Apresentação grupo (?): A crítica humeana ao racionalismo

    • Exposição 7: Cientismo e Materialismo Lockeano

  1. 25/09

    • Apresentação grupo (?): Tema a ser definido sobre a filosofia de Locke

    • Exposição 8: Idealismo e Anti-Materialismo Berkeleyano

  1. 2/10

    • Apresentação grupo (?): Tema a ser definido sobre a filosofia Berkeley

    • Revisão

  1. 9/10

    • Prova I



Em seguida envio informações sobre os trabalhos.

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Um abraço,

Jonadas

Mudanças no Blog

Estou fazendo modificações no layout do Blog e por uns tempos os links na barra ao lado ficarão com caracteres estranhos. Quando puder ajeito isso e retiro os links "quebrados".

"Chewbacca Defense"

Aí está, para quem quiser revisar essa parte da matéria :-)



E aqui está o artigo na Wikipédia para aprofundar o tema. Alguém se habilita a traduzir? Não esqueçam de clicar nos tipos de falácia lá no final da página.

Abraço!

Wednesday, August 16, 2006

Re: [pensamentofilosofico] Matrí­cula

Caro Luis Octávio,

Na verdade só tivemos uma aula, segunda passada, dia 14, devido a alguns empecilhos que ocorreram no dia em que deveríamos ter tido a primeira, há uma semana atrás. Esta aula foi bastante introdutória e geral. Nela apresentei um pouco da história da filosofia, e a minha concepção do trabalho filosófico. Podes revisar esses pontos a partir dos textos que publiquei no nosso blog, nos seguintes links:

Aula Introdutória - Parte I
Aula Introdutória - Parte II

Ainda não apresentei um cronograma detalhado, mas indiquei os principais temas de que tratarei nas aulas, e falei um pouco sobre a sistemática das mesmas. Em geral a idéia é fazer uma exposição que tome metade da manhã, e na outra metade realizar atividades de análise e reflexão de textos e temas filosóficos. Essas atividades serão avaliadas, e serão realizadas com frequência, por isso a presença nas aulas será importante. Mas não estarei fazendo chamada, pelo menos por enquanto.

Na próxima aula trabalharemos inicialmente sobre um texto de Kant que já está na pasta da disciplina, no "Xerox" do quarto andar da Fabico. Também deixei lá uma pequena bilbiografia do curso, e alguns textos de Tomas Nagel que serão úteis. Depois falarei um pouco sobre o problema do conhecimento. Para isso sugiro (a você e a todos os demais) a leitura do cap. 1 do livro do Nagel, "Como sabemos alguma coisa?", que está na pasta.


--
Um abraço,

Jonadas

INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO FILOSÓFICO - A (Grupo de Discussão)

Prezados alunos,

Aos interessados em entrar no Grupo de Discussão do Google que criei para nossa disciplina, aí vai o link:

http://groups.google.com/group/pensamentofilosofico

Basta entrar, clicar em "Participar do Grupo", e se inscrever normalmente. Vocês poderão optar por receber todas as mensagens e anexos diretamente em suas contas normais de email, ou deixar para lê-las diretamente no site.

Depois de inscritos, basta enviar email para o seguinte endereço, e todos os membros receberão a mensagem: pensamentofilosofico@googlegroups.com

Além disso, partir de agora, as mensagens enviadas por mim ao grupo também serão publicadas aqui no blog: http://pensamentofilosofico.blogspot.com

Todos estão convidados a contribuir com o blog, seja com links, conteúdo, ou o que mais acharem relevante.

Abraço a todos.

Jônadas

Monday, July 10, 2006

Prova final corrigida

Prezados alunos,

As provas finais estão corrigidas e à disposição para serem retiradas no meu escaninho, na Secretaria do Depto. de Filosofia, num envelope com o título da Disciplina.

Quanto aos conceitos individuais de cada um de vocês, já os enviei para o site, mas não estou seguro de que vocês já tenham acesso a eles pelo portal do aluno, pois ainda não pude finalizar o processo e fechar a lista (estou aguardando a confirmação de alguns alunos que não fizeram a prova).

Para facilitar estou enviando a lista temporária dos conceitos via email para cada um de vocês, e também pedi ao secretário para afixar essa lista no mural do Depto. de Filosofia.


Cordialmente,

Jônadas

Tuesday, July 04, 2006

Informações sobre a prova e nota final

Prezados alunos,

Assim que tiver terminado de corrigir as provas, avisarei vocês por e-mail, e deixarei-as num envelope no meu escaninho na Secretaria do Depto. de Filosofia para vocês pegarem. Também vou afixar uma folha com as médias finais no mural ao lado da Secretaria, mas vocês podem acessá-las diretamente em suas páginas de aluno no site da Ufrgs.

Lembro que a média final será calculada somando-se os 10 pontos da primeira avaliação (que inclui a primeira prova + o trabalho de recuperação) com os 20 pontos da segunda avaliação (que incluem o trabalho sobre o filme, valendo 5 pontos, e a prova final, valendo 15 pontos), e divindindo-se esse resultado por 3. A média mínima para passar na Disciplina (com conceito C) é 6,0. Não haverá recuperação.

Um abraço a todos.

Thursday, June 29, 2006

Link para o texto sobre o Behaviorismo de Ryle

Caros alunos,

Aqui está a  ligação para o texto completo acerca do Behaviorismo de Ryle, do qual extrai alguns excertos para deixar na pasta, como leitura adicional. A referência do artigo é:

LOPES, Carlos Eduardo and ABIB, José Antônio Damásio. Radical Behaviorism as philosophy of mind. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2003, vol.16, no.1 [cited 26 June 2006], p.85-94.

Apesar de o título estar em inglês, a versão que liguei está em português.

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Um abraço,

Jonadas

Wednesday, June 21, 2006

Mudança da data de aula

Olá a todos,

Apenas para confirmar o que combinamos na última aula: devido ao provável cancelamento da aula de terça-feira, dia 27 de Junho, a aula da semana que vem foi transferida para segunda-feira, dia 26, na hora e sala habituais. O texto base para essa aula é o capítulo 1 de "El Concepto de lo Mental", de Gilbert Ryle, que já está na pasta.

--
Um abraço,

Jonadas

Tuesday, June 20, 2006

Textos sobre o problema mente-corpo

Olá a todos,

Nossas próximas aulas versarão sobre o o problema da relação entre a mente e o corpo. Seguem alguns links para textos que tratam do tema:
Os dois primeiros são textos bem introdutórios e gerais sobre os assuntos que lhes servem de título, e sugiro a leitura para reforçar o conteúdo da aula de hoje (20 de Junho). Deixarei ambos no Xerox. O terceiro pretendo analisar com mais detalhe na seqüência, aviso quando deixar na pasta. Os dois últimos ficam como sugestão de leitura adicional para quem se interessar em aprofundar o tema
.
--
Um abraço,

Jonadas

Friday, June 09, 2006

Cancelamento de aula

Devido à resolução acerca da mudança no horário de funcionamento da
UFRGS, teremos que cancelar a aula da próxima terça-feira (dia 13/06),
e, uma vez que na quinta (dia 15/06) será feriado, só teremos aula
novamente na terça da outra semana (dia 20/06). Aproveitem esse tempo
para aprimorar o trabalho sobre o filme, cuja entrega fica prorrogada
até a próxima aula, e releiam os textos acerca do problema do livre
arbítrio.

Abraço!

Friday, June 02, 2006

Trabalho referente ao filme Minority Report: a Nova Lei

O filme Minority Report ilustra um problema longamente debatido na história da filosofia: o problema do livre-arbítrio. Tomando por base a apresentação desse problema feita em aula, bem como das posições paradigmáticas defendidas no contexto dessa discussão – i.e., o libertarismo, o determinismo, e o compatibilismo (em suas variadas expressões) – reflita sobre quais são as condições para o funcionamento do sistema Pré-crime: ele se baseia em alguma espécie de determinismo? Por quê? Considere também qual é a concepção da ação humana que está implícita nesse filme: há, em sua opinião, algum espaço para a possibilidade do livre-arbítrio? Por quê? E que tipo de liberdade estaria em jogo?

Para auxiliar na resposta, segue a transcrição de quatro diálogos nos quais esses temas aparecem mais explicitamente – mas cabe salientar que esses não são os únicos contextos relevantes, e que vocês podem e mesmo devem buscar mais elementos para justificar e ilustrar suas respostas.

Diálogo 1 (na sala central da Unidade Pré-crime)
John Anderton (o policial), Jad (o assistente de John), e Danny Witwer (o investigador)

Jad: Os Pré-Cogs indicam o crime, o nome dos envolvidos é gravado. Cada peça tem forma e desenho únicos, impossíveis de falsificar.
Witwer: Tenho certeza de que você entende a objeção legal ao método do Pré-Crime [...] nós prendemos indivíduos que não infringiram lei alguma.
Jad: Mas eles infringiriam. O compromisso é metafísico. Os Pré-Cogs vêem o futuro e nunca se enganam.
Witwer: Não é mais futuro se o impede de ocorrer. Isso não é um paradoxo fundamental?
John: Sim é. Você está falando sobre predeterminação, o que acontece o tempo todo.
[Bola rolando sobre o balcão, Witwer a apanha.]
John: Por que você a apanhou?
Witwer: Porque ela a cair.
John: Tem certeza?
Witwer: Claro.
John: Mas não caiu. Você a apanhou. O fato de você ter impedido algo de acontecer não não muda o fato de que esse algo ia acontecer.
Witwer: Já lidou com falsos positivos? Alguém tem intenção de matar e não o faz. Como os Pré-Cogs distinguem?
John: Eles não vêem intenção, só o que se vai fazer.

Diálogo 2 (idem)
John e Witwer

John: Diga-me exatamente o que quer.
Witwer: Falhas.
John: Há 6 anos não há um assassinato. O sistema é...
Witwer: Perfeito. Concordo. Se há uma falha, é humana. Sempre é.

Diálogo 3 (na estufa de Iris)
John e Iris Hineman (a bióloga responsável pelos Precogs)

Iris: Os Pré-Cogs nunca se enganam. Mas, às vezes... eles discordam um do outro.
John: O quê?
Iris: Na maioria das vezes, os três vêem um fato da mesma maneira... mas, de vez em quando, um deles vê diferentemente dos outros.
John: Deus do Céu. Por que eu não sabia?
Iris: Porque destroem-se estes Registros Dissonantes (Minority Reports) assim que aparecem.
John:
Por quê?
Iris: Obviamente, ara o Pré-Crime funcionar, não pode haver o menor indício de falibilidade. Quem ia querer um sistema judiciário que incute dúvidas?
[...]
John: Quer dizer que prendi pessoas inocentes?
Iris: Digo que, de vez em quando, os acusados pelo Pré-Crime... poderiam ter um destino alternativo.
John: Responda-me: Lamar Burgess sabe sobre os Registros Dissonantes?
Iris: Sim, claro, ele sabia. Mas, na época, entendemos que eles eram uma variante insignificante. John: Para você, talvez. E para as pessoas com destinos alternativos que eu prendi? Deus, se o país soubesse...
Iris: O sistema desmoronaria.
John: Eu acredito no sistema.
Iris: De verdade?
John: Você quer derrotá-lo.
Iris: Você o derrotará se conseguir matar sua vítima. Seria uma amostra pública espetacular de como o Pré-Crime não funciona.
John: Não matarei ninguém.
Iris: Pense assim.

Diálogo 4 (no hotel em que John encontrará Leo Crow)
John, o gerente do hotel, e Agatha (a principal Precog)


Gerente: O quarto é 95 por noite.
John: Posso ver os registros?
Gerente: Não pode.
John: [apontando uma arma para o gerente] E agora?
Gerente: Fique à vontade.
John: Ele [Leo Crow] está aqui.
Agatha: Anderton, vá embora. Você tem escolha. Vá embora. Agora.
John: Não posso. Tenho de descobrir o que houve com minha vida.
Agatha: Por favor.
John: Agatha, não vou matar o sujeito. Nem mesmo o conheço.
[...]
John: Não tenho um destino alternativo. Vou matar esse homem.
Agatha: Você ainda tem escolha. Os outros nunca viram o próprio futuro. Você ainda tem escolha.

Thursday, June 01, 2006

Link para o artigo "Freedom and Resentment", de Peter Strawson

Olá a todos,

Para os que lêem em inglês, sugiro a análise do artigo "Freedom and Resentment", de Peter Strawson. Nesse artigo o autor aprofunda o tratamento da natureza de nossas atitudes morais, esboçado no capítulo 10 de Análise e Metafísica, na tentativa de compatibilizar a crença na liberdade e responsabilização moral com o determinismo. Segue o link para o artigo online:

http://www.ucl.ac.uk/~uctytho/dfwstrawson1.htm

Como sempre, iniciativas de tradução são bem-vindas (e valem pontos).

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Um abraço,

Jonadas

Thursday, May 25, 2006

Textos sobre o problema do livre arbítrio vs. determinismo

Olá a todos,

Seguem os links para quatro textos que tratam do tópico que estaremos abordando na semana que vem, ordenados segundo o que me parece ser sua relevância para nosso propósito:

  1. Compatibilismo, de Robert Kane
  2. O problema do livre-arbítrio, de Paulo Ruas
  3. Liberdade, determinismo e causalidade, de Elliott Sober
  4. Roteiro de posições acerca do livre-arbítrio, de Elliott Sober
A leitura desses textos não é obrigatória, mas certamente poderá auxiliar na compreensão do problema e na elaboração do trabalho. Deixarei o primeiro deles na pasta hoje (25/05). Caso haja interesse pelos demais, por favor informem.

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Um abraço,

Jonadas

Monday, May 08, 2006

Data da Prova (Corrigido)

Ainda que em cima da hora, lembrei-me de que seria útil avisar a eventuais "turistas" que a primeira prova de nossa disciplina será hoje, terça-feira, dia 09 de Maio.

Um abraço,

Jonadas

Wednesday, May 03, 2006

Temas centrais da filosofia de Hume

  1. O projeto filosófico de Hume, apresentado na Introdução do Tratado e na primeira seção da Investigação – a aplicação do "método experimental de raciocinar em assuntos morais" a partir do qual pretende estabelecer "uma ciência da natureza humana"; a idéia de uma "geografia moral" e da busca dos princípios fundamentais do entendimento humano.
  2. O empirismo de Hume, expresso por meio da distinção entre impressões e idéias, do uso dos critérios da força e da vivacidade, e do princípio da cópia. O teste de significado de proposições derivado da aplicação deste último princípio. Os princípios de associação de idéias.
  3. A fase negativa ou cética da filosofia humeana: a distinção entre relações de idéias e questões de fato, e sua aplicação na apresentação dos "argumentos céticos" na seção IV; 
  4. A fase positiva ou naturalista dessa filosofia – o costume ou hábito como princípio alternativo em relação à razão para justificar as inferências causais, sobre questões de fato não presentes aos sentidos.
  5. As diferentes espécies de ceticismo apresentadas ao final da Investigação
  6. A natureza metodológica desse ceticismo humeano.

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Um abraço,

Jonadas

Wednesday, April 26, 2006

Temas centrais da filosofia de berkeley tratados em aula

Segue a lista dos principais tópicos tratados em aula acerca da filosofia de Berkeley. Na seqüência estarei deixando essa lista impressa na pasta.
  1. O projeto filosófico de Berkeley, apresentado no Prefácio e na Introdução do Tratado – os alvos e os objetivos de seu programa "idealista" ou "imaterialista";

  2. As principais teses sobre as quais, segundo Berkeley, o ceticismo e o ateísmo que ele pretende atacar estão fundamentados:

    i. A doutrina das idéias abstratas (no caso da linguagem em geral, e no caso específico das demonstrações geométricas);

    ii. A doutrina da matéria ou substância material;

    iii. A tese realista segundo a qual as coisas seria distintas e existiriam independentemente das idéias através das quais as percebemos;

    (Atente não apenas ao conteúdo dessas teses, mas também à ligação entre elas, bem como aos argumentos típicos oferecidos em seu suporte, e o modo como, segundo Berkeley, cada uma delas levaria ao ceticismo.)

  3. A estratégia adotada para barrar o ceticismo e, desse modo, salvaguardar a confiabilidade nos sentidos e a posição do senso comum – argumentos contra i-iii;

  4. A radicalização da análise idealista para o caso de todas as qualidades sensíveis, i.e., não apenas às primárias mas também às secundárias;

  5. A natureza metodológica e filosófica do idealismo e do imaterialismo berkeleyanos, e sua relação com a concepção de mudno do senso comum, bem como em relação à da ciência;


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Um abraço,

Jonadas

Tuesday, April 25, 2006

Textos sobre Hume em Inglês

Para os que lêem em inglês, os seguintes textos sobre Hume podem ser úteis:

Abstract of A Treatise of Human Nature, by David Hume

Verbete David Hume (Stanford Encyclopedia of Philosophy -- especialmente seções 2-5)

Verbete David Hume (1711-1776): Metaphysics and Epistemology (The Internet Encyclopedia of Philosophy)

Traduções são bem-vindas. Em português, além do texto sobre o ceticismo humeano, que é muito bom, vale a dica que já dei num post anterior, o capítulo O EMPIRISMO BRITÂNICO de Uma história da filosofia ocidental , (D. W. Hamlyn, Jorge Zahar Editor, Tradução de Ruy Jungmann).

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Um abraço,

Jonadas

Monday, April 24, 2006

O que significa ser um céptico? Texto acerca do ceticismo humeano

Segue o link para o texto de Sara Bizarro, "O que significa ser um céptico?".

http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/cetico.htm

Extrato do início do texto:


David Hume é tradicionalmente classificado como uma filósofo céptico e até mesmo irracionalista. Mas, o que significa ser um céptico? Neste ensaio vou tentar clarificar em que sentido é que Hume pode ser considerado um céptico e que tipo de cepticismo lhe pode ser coerentemente atribuído.

O ensaio está dividido em três partes. Na primeira parte começarei por caracterizar o cepticismo radical, que é a versão tradicional do cepticismo. Defenderei que este tipo de cepticismo, sendo auto-refutante e abstracto, não podia ser o defendido por Hume. Caracterizarei em seguida o cepticismo epistemológico, diferente do cepticismo radical (uma espécie de falibilismo). Defenderei que Hume é partidário de um cepticismo epistemológico moderado.

Na segunda parte tentarei caracterizar aquilo que se costuma chamar "o lado construtivo da filosofia de Hume". Perante o dilema (ou pseudo-dilema) céptico, ou seja, perante a não fundamentação dedutiva do nosso conhecimento comum, Hume propõe o hábito como sendo simultaneamente a origem e a explicação das crenças humanas básicas. Esta solução, também chamada de "solução céptica", pode ser utilizada por quem queira defender a interpretação irracionalista da filosofia de Hume. No entanto, esta defesa só poderá ser considerada se o hábito for tomado como um propensão subjectiva mais ou menos irregular, o que não é o caso na filosofia de Hume. Para sublinhar o carácter não subjectivo e universal do hábito apresentarei a definição que Hume dá do hábito como instinto e introduzirei a ideia de "sabedoria da natureza" como estando na origem dessa propensão universal.

Na terceira parte, tentarei mostrar como a ideia de um Hume céptico é incompatível com a ideia de um Hume anti-metafísico (má metafísica); como o temperamento científico de Hume dá indicação de que ele não é um céptico no sentido forte; e como o cepticismo não é um resultado da filosofia de Hume mas apenas um instrumento ao serviço tanto da vida comum como das novas ciências da natureza. Para mostrar isto será também necessário clarificar o conceito(s) de razão implícitos nesta discussão e descartar definitivamente a hipótese irracionalista.

Como de costume, posso deixar uma cópia impressa na pasta, caso interesse a alguém.

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Um abraço,

Jonadas

Tuesday, April 18, 2006

Passagens dos Três Diálogos entre Hylas e Filonous

Como prometido, segue uma pequena seleção de passagens dos Três Diálogos entre Hylas e Filonous 1 que serão úteis na análise da filosofia de Berkeley. Na seqüência deixarei uma versão impressa na pasta.


Primeiro Diálogo:

(7)2 F: Concordo convosco — já quanto à tendência de certos filósofos de fazerem alarde de suas dúvidas, já quanto aos conceitos fantásticos de alguns outros. E tanto ultimamente tenho ido avante nessa maneira de ver as coisas, que abandonei não poucas das sublimes teorias que havia tomado nas escolas deles, a fim de me reverter às opiniões do vulgo. E garanto-vos que, depois de tal revolta contra as noções metafísicas, e em favor dos claros ensinamentos da natureza e do senso comum, tenho achado o meu intelecto estranhamente esclarecido; e tanto, que bem facilmente compreendo agora muito do que me aparecia como mistério e enigma.

(8) H: Comprazo-me de verificar que não é verdade o que a vosso respeito me disseram alguns.

(9) F: E o que foi, pode saber-se?

(10) H: Na prática que tivemos a noite passada, apresentaram-vos como alguém que quer dar como boa a mais extravagante opinião que pode ocorrer a um homem, a saber: que não existe substância material no mundo.

(11) F: Que não existe aquilo a que entre os filósofos se dá o nome de substância material — lá disso me persuado eu, e muito a sério; porém, se me levassem a ver de tal convicção qualquer absurdeza ou ceticismo, teria tanto motivo para renunciar a ela, decerto, como a que julgo ter agora para rejeitar a oposta. (DI, pp. 49–51)



Segundo Diálogo:

(36) F: [...] o mundo sensível é o que percepcionamos, graças aos sentidos de que somos dotados [e] os sentidos percepcionam tão-somente idéias [...] (DII, p. 82);


(42) F: [...] só percepciono, como é bem manifesto, as minhas próprias idéias, e nenhuma idéia pode ter existência que não seja a existência numa qualquer mente [...] (DII, p. 83).


Terceiro Diálogo:

(47) F: Reconheço que a palavra idéia, não sendo comumente empregada por coisa, soa a fora das marcas. A minha razão para me servir dela é que implica uma relação necessária com a mente; e usam-na agora comumente os filósofos para denotar os objetos imediatos do intelecto. Mas, por estranhamente que em palavras soe, nada há de esquipático e de repulsivo naquilo que realmente a proposição significa, e que não passa disto: só há coisas percepcionantes e coisas percepcionadas; [...] Pois será isto afirmação tão estranha como a de que não estão nos objetos as qualidades sensíveis, ou a da impossibilidade de nos certificarmos da existência das coisas, ou a de sermos incapazes de algo conhecer acerca das naturezas reais delas, se bem que as vejamos e que as tateemos, e que por todos os sentidos as percepcionemos? (DIII, p. 101 — segunda ocorrência de itálicos adicionada)


(96) H: [...] Ora, pode haver algo de maior evidência que ser certo que todas as coisas as mudais vós em idéias? Vós, que não tendes vergonha de me acusar de cético! É evidente; não há aí negá-lo.

(97) F: Compreendeste-me mal. Não é certo que mude as coisas em iéias, senão antes que as idéias eu as mudo em coisas: pois aos objetos imediatos da percepção, que para vós não passam de aparências das coisas, considero-os como coisas reais.

(98) H: Coisas! Podeis pretender o que bem quiserdes; o incontestável, porém, é que nos deixas as formas vazias das coisas; não mais que o exterior, o que nos impressiona os sentidos.

(99) F: Isso a que chamais vazias formas, exterior das coisas, parecem-me a mim as próprias coisas. Nem são vazias e incompletas senão em conseqüência da suposição que fazeis de que é a matéria uma parte essencial de todas as coisa corporais. Ambos concordamos neste ponto: só se percepcionam as formas senseis; mas divergimos aqui: que vós considerais essas mesmas formas como sendo unicamente aparências vácuas, e eu as considero como coisas reais. Em resumo: vós Hilas, não vos fiais nos vossos sentidos, e eu fio-me neles. (DIII, p. 107)


(125) F: Reparai bem: quando falo dos objetos existentes na mente, ou então como impressos nos nossos sentidos, releva que se não entendam as minhas frases no sentido grosseiro e literal, como ao dizer-se que um corpo está em um determinado lugar, ou então que na cera se imprimiu um selo. Não pretendo mais que significar, com isso, que a mente os compreende e os percepciona; e que do exterior é que é ela afetada, quer dizer: por alguma existência distinta dela. [...]

(126) H: [...] Não haverá aí, todavia, um abuso de linguagem de vossa parte?

(127) F: De maneira alguma. Só fiz o autorizado pelo uso comum — o qual constitui, como sabes, a regra do idioma: pois é correntíssimo entre os filósofos o falar dos objetos imediatos do intelecto como coisas que existem nas nossas mentes. [...] (DIII, pp. 110–111 — itálicos adicionados)


(131) F: [...] Se entendeis por idéias fantasias da mente, não mais do que ficções — então aquelas coisas [i.e., o Sol, a Lua, as estrelas, a terra, o mar, as plantas e os animais] não são idéias; mas se, pelo contrário, significais por idéias os objetos imediatos do entendimento; se denotais por esse termo as coisas sensíveis que não podem existir impercpcionadas, fora da mente — então aquelas coisas são de fato idéias. Mas em suma: que lhes chameis idéias ou que lhes não chameis idéias é coisa afinal que bem pouco importa. A única diferença está aí num nome. Na conversação comum, os objetos dos nossos sentidos não costumam receber o nome de idéias, e sim o de coisas. Continuai, pois, a designá-los assim; e contanto que lhes não atribuais aí uma existência exterior absoluta — por uma simples noção não discutirei convosco. (DIII, p. 111)


(179) F: Não tenho pretensão alguma de ser um fautor de doutrinas novas. Só o de unificar é que é o meu esforço, e o de fazer ver a uma luz mais clara essa mesma verdade que se repartiu até hoje entre os homens do vulgo e os filósofos; opinando aqueles que as coisas reais são as que imediatamente percepcionamos, e sustentando estes que são idéias as coisas imediatamente percepcionadas — idéias que existem tão só na mente. Pois tratai de juntar essas duas noções, e tereis a substância do que eu afirmo. (DIII, p. 119)


(181) F: Reparai, Hilas, nessa fonte de além. Em coluna redonda, ergue-se o repuxo até certa altura; nesse nível fraciona-se e já recai sobre o tanque: mas tanto à subida como à descida se conforma a àgua com uma mesma lei, que vem a ser o princípio da gravitação. De maneira análoga, aqueles princípios que à primeira vista nos impelem o espírito para o ceticismo — quando levados até certo ponto reconduzem os homens ao senso-comum. (D III, p. 119)

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Notas:

1Doravante simplesmente "D"; A edição utilizada para citação é da coleção Os Pensadores (1980). Para facilitar o confronto com outras edições, a paginação (p.) será sempre precedida pelo número do diálogo correspondente (I–III), bem como pelo número da fala (f.) de seus interlocutores.

2 O número entre parênteses indica a fala de cada interlocutor.

Monday, April 10, 2006

Tradução do artigo sobre Locke, parte II

O Jonas já traduziu as duas primeiras subseções da parte do artigo sobre Locke na Enciclopédia Stanford que indiquei para leitura. Essas subseções tratam, respectivamente, dos Livros I e II do Ensaio. Agora só falta a subseção final, que trata do Livro III. Parabéns pelo trabalho! Segue o link:

http://br.geocities.com/babel1800/Locke.htm

Thursday, April 06, 2006

Temas centrais do Ensaio

Como prometido, segue uma pequena lista de pontos que foram centrais na apresentacao da filosofia lockeana no Ensaio. Sugiro a todos que tentem reconstruir os argumentos fornecidos por Locke para fundamentar cada uma das teses abaixo, e, se possivel, que apresentem pelo menos uma dessas tentativas de reconstrucao para os demais, via email para o grupo de discussao, ou em aula. Além de servir como um ótimo exercício preparatório à prova, pois poderei corrigir eventuais falhas nas reconstruções e indicar o que espero de uma boa resposta, dependendo do esforço reflexivo e da clareza da apresentação, posso reservar alguns décimos extra aos que aceitarem o desafio.
  1. O projeto filosofico de Locke no Ensaio;
  2. Critica contra o inatismo dos princípios especulativos;
  3. A tese empirista segundo a qual todo nosso conhecimento deriva da experiência;
  4. A teoria da percepcao de Locke;
  5. A distincao entre qualidades primarias e secundarias;
  6. Condicoes para a comunicacao,
  7. A teoria da abstracao;
  8. Diferenca entre essencia real e nominal;
  9. Os diferentes modos de significar, conforme as diferencas nas ideias `as quas as palavras referem: ideias simples, de modos e de substancias;
  10. A teoria da substancia;
  11. Cr'itica contra o essencialismo aristotélico;
Abraco

Sunday, April 02, 2006

Mais links para artigos na rede: Descartes e Russell

Andei pesquisando o site da Crítica na Rede e encontrei mais dois artigos bastante úteis para acompanhar o conteúdo das aulas apresentadas até aqui:

O fundacionismo de Descartes, de Artur Polónio: apresenta os principais argumentos das Meditações que analisamos, além de alguns que não analisamos, e de críticas a esses argumentos.

Aparência e realidade, de Bertrand Russell: embora pretenda tratar desse texto mais adiante, quando estudarmos a filosofia de Russell, ele é ótimo para compreender o próprio problema filosófico da relação entre aparência e realidade, com o qual dei início às aulas.

Como sempre, caso alguém tenha dificuldade em ler e / ou imprimir os textos, posso imprimi-los e deixá-los na pasta.

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Um abraço,

Jonadas

Novos textos de Locke e Berkeley na pasta

Olá a todos,

Sexta-feira (31/03) deixei na pasta as páginas que faltavam do Livro II do Ensaio de Locke, bem como o artigo que mencionei no início da aula, sobre a classificação lockeana das idéias. Também deixei o Tratado Sobre os Princípios do Conhecimento Humano, de George Berkeley, (coleção Os Pensadores 1980), que passaremos a analisar a partir de quinta-feira. Os tópicos tratados por Berkeley nessa obra repetem-se nos Três Diálogos entre Hylas e Filonous , que constam nessa mesma edição dos Pensadores. Sugiro a quem puder que leia ambas as obras, para facilitar a compreensão dos argumentos. Alguns dos pontos que mais nos interessarão nas aulas seguintes são a crítica de Berkeley às doutrinas lockeanas das idéias gerais abstratas e da substância, e seus argumentos em favor do que costuma ser chamado de "idealismo berkeleyano" -- expresso pela tese de que só percebemos idéias, e que ser (para idéias) nada mais é do que ser percebido ( esse est percipii)

Como leitura adicional, além do capítulo sobre os Empiristas Britânicos mencionado num post anterior, sugiro o verbete Berkeley da Enciclopédia Standford, especialmente as seções 2 e 3. Mais uma vez, fica o incentivo para quem quiser traduzir esse texto para a turma, valendo pontos por participação.

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Abraço a todos,

Jonadas

Saturday, April 01, 2006

Tradução do artigo sobre Locke, primeira parte

Olá pessoal,

O Jonas está traduzindo a segunda seção do artigo sobre Locke na
Enciclopédia Stanford. Segue o link para a tradução da primeira parte
(sobre o Livro I do "Ensaio").

http://br.geocities.com/babel1800/Locke.htm

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Um abraço

Monday, March 27, 2006

Links de textos sobre Locke e o Empirismo Britânico

Olá a todos,

Aí vão dois links para textos que podem auxiliar no acompanhamento das próximas aulas.
(i) versão online, traduzida para o português, do capítulo O EMPIRISMO BRITÂNICO (In: Uma história da filosofia ocidental, D. W. Hamlyn, Jorge Zahar Editor, Tradução de Ruy Jungmann).  
(ii) verbete John Locke na Stanford Encyclopedia of Philosophy -- em inglês.  Sugiro especialmente a leitura da seção 2 (The Limits of Human Understanding).

O segundo é de longe melhor, mas infelizmente não possui tradução. Alguém se interessaria em traduzi-lo para a turma (valendo pontos por participação)?

Caso haja interesse posso imprimir os textos e disponibilizar na pasta.

Abraço.

Thursday, March 23, 2006

Guia de (re)leitura das Meditações I-II

Aos alunos que por ventura não tenham assistido às aulas nas quais apresentei as duas primeiras Meditações, e também aos que quiserem relê-las com mais cuidado e vagar, sugiro, antes de mais nada, que leiam com atenção o resumo das 6 Meditações apresentado por Descartes no início do texto, para ter uma idéia dos objetivos e da estrutura do argumento como um todo. Na leitura das Meditações I e II, sugiro que se guiem pelos seguintes pontos:

  1. Qual é o projeto apresentado por Descartes no início do texto da primeira Meditação, e como ele pretente alcaçar os objetivos aí mencionados, por meio do procedimento da dúvida metódica e hiperbólica?
  2. Quais são as razões apresentadas para duvidar das "oipiniões recebidas como verdadeiras"?
  3. Qual é o argumento que estabelece a 'primeira certeza', ou 'certeza do cogito'?
  4. Como se processa a determinação ulterior da natureza do sujeito que está de posse daquela certeza, que é a de ser uma coisa pensante?
  5. Como Descartes justifica a tese de que a mente é mais fácil de conhecer que o corpo?
Abraço a todos.

Seleção de passagens do Ensaio Acerca do Entendimento Humano de Locke na Pasta

Olá a todos

Hoje (23/03) estarei deixando na pasta uma seleção de passagens dos Livros I e II do Ensaio Acerca do Entendimento Humano, de John Locke, que servirão de base para a aula da semana que vem. Listo abaixo as páginas da edição dos Pensadores que eu usei (de 1983), com a referência dos capítulos, caso alguém queira acompanhar em outras edições:

pp. 133-149 (Livro I, cap. I)
pp. 157-167 (Livro II, cap. I)
pp. 171-174 (Livro II, caps. V-VII)
pp. 183-188 (Livro II, cap. XII)


Na seqüência deixarei algumas passagens do Livro III.

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Um abraço,

Jonadas

Monday, March 20, 2006

Instruções para entrar no Grupo

Para os que tiveram dificuldades para entrar no Grupo, aí vai o link:

http://groups.google.com/group/pensamentofilosofico

Basta entrar e clicar em "Acessar" no canto superior esquerdo e se inscrever.

Depois de inscritos, basta enviar email para o seguinte endereço, e todos os membros receberão a mensagem: pensamentofilosofico@googlegroups.com

Abraço a todos.

Wednesday, March 15, 2006

Novos textos no xerox

Amanha (16/03) estarei deixando na pasta, a pedido de um colega, uma cópia do texto de Adam Morton ("Descartes: da dúvida à certeza "); também deixarei um capítulo do livro As Questões Centrais da Filosofia, de Alfred Ayer, entitulado "As alegações da metafísica". Nesse capítulo Ayer fala da dificuldade de se definir a filsoofia, e apresenta várias estratégias possíveis de se adotar para resolver essa dificuldade. Além disso, menciona posições de vários autores que iremos estudar na seqüência. Sugiro que todos leiam ambos os textos, o primeiro especialmente para auxiliar na compreensão do argumento de Descartes, e o segundo para ter um contato com os temas e filósofos mencionados por Ayer.

Para o colega que disse interessar-se pelo ceticismo, sugiro que vá pensando na hipótese de fazer uma apresentação a esse respeito, talvez em grupo, mas não necessariamente, depois de tratarmos de Hume, que, segundo alguns, é um dos filósofos céticos mais importantes na história da filosofia. Essa é uma afirmação que pretendo analisar. Até lá posso passar mais textos sobre o tema.


Abraço a todos.

Tuesday, March 14, 2006

Aula 14 de Março: Aparência e realidade I

    O SURGIMENTO DA FILOSOFIA MODERNA COMO RESPOSTA AOS PROBLEMAS TEÓRICOS IMPOSTOS PELA NOVA CIÊNCIA1

1. As origens da ilusão

Refletir acerca da relação entre o mundo como o percebemos, e o mundo como é nele mesmo, não é uma atividade exclusiva dos filósofos. Basta nos damos conta de que somos seres dotados de capacidades perceptuais limitadas, para que surjam dúvidas sobre a confiabilidade de nossos sentidos. Exemplos que demonstram essa limitação:

  • Águias podem enxergar mais longe, cães farejar melhor, e morcegos ouvir mais;

  • Nos enganamos com freqüência em nossos juízos perceptuais (e.g., torre quadrada/redonda, bastão reto/torto);

  • Ilusões e alucinações (oásis no deserto);


Essas constatações óbvias e trivias podem dar origem a questões bastante enigmáticas:

  • Será que a percepção revela o mundo como realmente é, ou apenas como parece ser?

  • Será que ele parece diferente a criaturas dotadas de uma sensibilidade muito distinta da nossa?

  • Se é assim, será que podemos determinar como o mundo é independentemente de nós? Ou estamos para sempre escondidos atrás de um véu de aparências, isolados da apreensão direta do mundo como ele é nele mesmo?


2. A contribuição da ciência

A partir dos séculos XVI e XVII, com a revolução científica moderna e os progressos obtidos na explicação do mundo natural, essas questões foram trazidas para o âmbito de um novo campo de força, e a relação aparência / realidade começou a ser tomada como equivalente à relação entre a caracterização ordinária / científica do mundo. Nessa época, a maior parte dos cientistas e filósofos passaram a sustentar que os resultados da ciência moderna entravam em conflito com a experiência mundana. O mundo, nos disseram eles, parece multi-colorido, cheio de sons e odores, quente ou frio, mas na realidade é apenas um conjunto de partículas invisíveis e incolores, de ondas de ar ou radiação eletromagnética. Surgia assim a doutrina da subjetividade das qualidades secundárias, que se tornaria uma característica central e permanente do pensamento ocidental.

A imagem que vem na esteira dessa doutrina é de fato bastante estranha, pelo menos para um ouvido ainda não calejado pelas explicações científicas: é como se um abismo impossível de ser vencido estivesse sendo criado entre o mundo como o percebemos e o mundo como é nele mesmo. A origem dessa imagem no pensamento moderno encontra-se sobretudo nos escritos de Galileu Galilei, especialmente em O Ensaiador. Quando concebemos substâncias materiais, argumenta Galileu nessa obra, pensamos nelas como sendo limitadas, com certa figura e tamanho, ocupando certa posição no espaço e no tempo, estando em movimento ou repouso, em contato ou não com outros corpos, como sendo uma ou várias. Todavia, continua ele, não há necessidade alguma de que concebamos os corpos materiais como coloridos, sonoros, saborosos ou fragrantes. A partir dessas considerações ele conclui que:

cores, sons, sabores e odores, na medida em que sua existência objetiva está em questão, não são nada além de meros nomes para algo que reside exclusivamente em nosso corpo sensitivo, de modo que se a criatura percipiente fosse removida, todas aquelas qualidades poderiam ser aniquiladas e abolidas da existência. É apenas porque nós demos nomes especiais a estas qualidades, diferentes dos nomes que nós demos às propriedades primárias e reais, que somos tentados a acreditar que as primeiras realmente e verdadeiramente existem da mesma forma que as últimas.


Um segundo tipo de argumento que podemos encontrar na obra de Galileu visando demonstrar a tese da subjetividade das qualidades secundárias é o que parte da análise de um caso de experiência perceptual, sob o ponto de vista da explicação causal do funcionamento de nossa sensibilidade. O caso fornecido para análise é o de uma pluma sendo passada sobre um corpo qualquer – seja ele sensitivo ou não. Galileu chama atenção para o fato de que, tanto no caso de um corpo sensitivo, quanto no caso de um corpo inanimado, o movimento mecânico da pluma deverá ser exatamente o mesmo. Mas no caso de um sujeito sentiente, ao passar a pluma sob suas narinas ou sobre seus olhos, inevitavelmente se produzirá como efeito uma coceira quase insuportável. D
isso segue-se, segundo Galileu, que a coceira é meramente um estado subjetivo nosso, tanto que se o nosso corpo fosse removido nada mais restaria para ser sentido, além da mesma ação mecânica que ocorre com objetos inanimados. Essa ação mecânica, portanto, é tudo que realmente ou objetivamente existe. O próximo passo é estender estas conclusões a todas as outras "qualidades secundárias". Assim temos que o calor, por exemplo, não passa de uma multiplicidade de partículas com figura, número, movimento, poder de penetração e contato, e mais nenhuma qualidade que possamos chamar de 'calor'. Sons são produzidos em nós e sentidos quando uma rápida vibração de partículas de ar causa movimento de nosso canal auditivo. A percepção visual das cores ocorre de modo similar, devido ao impacto de certas partículas ou ondas sobre nossos olhos, e assim por diante. A conclusão, portanto, é a de que independentemente do sujeito percipiente nada no mundo pode ser considerado como objetivamente quente ou frio, colorido, fragrante ou sonoro. 

1Baseado no capítulo 1 de Appearance and Reality (AR), de Peter Hacker (Basil Blackwell, Oxford, 1987, pp. 1--52).

Aula Introdutória - Parte II

UM 10502 - INTRODUÇÃO À FILOSOFIA A – 2005/1 3. A utilidade da filosofia

Simon Blackburn dá início ao capítulo intitulado ``Para que serve a filosofia?'' (de seu livro Pense: Uma introdução à filosofia) com o seguinte questionamento:

Está tudo muito bem, mas será que vale a pena preocuparmo-nos? Qual é o interesse? A reflexão não põe o mundo a funcionar. Não coze o pão nem põe os aviões no ar. Por que razão não havemos de pôr as perguntas reflexivas de lado, e passar às outras coisas? (fonte)

De fato, esse é o tipo de pergunta que certamente muitas das pessoas que entram em contato com a reflexão filosófica fazem vez ou outra. Um exemplo famoso disso é fornecido pela afirmação de Karl Marx segundo a qual os filósofos anteriores teriam procurado apenas compreender o mundo, ao passo que o que era preciso era transformá-lo. Mas o que Marx parece esquecer nesse contexto é que é preciso antes compreender o mundo para depois transformá-lo. Como afirma o próprio Blackburn, no texto supracitado:

A reflexão não coze o pão, mas também a arquitetura não o faz, nem a música, a arte, a história ou a literatura. Acontece apenas que queremos compreender-nos. Queremos isto pelo seu valor intrínseco, tal como os especialistas em ciências ou matemáticas puras podem querer compreender o princípio do universo, ou a teoria dos conjuntos, pelo seu valor intrínseco, ou como um músico pode querer resolver alguns problemas na harmonia ou no contraponto pelo seu valor intrínseco. São coisas que não se fazem em função de aplicações práticas. Grande parte da vida trata-se de fato de criar gado para poder comprar mais terra, para poder criar mais gado, para poder comprar mais terra… Os momentos em que nos libertamos disso, seja para fazer matemática ou música, para ler Platão ou Eça de Queirós, devem ser acarinhados. São momentos em que desenvolvemos a nossa saúde mental. E a nossa saúde mental é boa em si, como a nossa saúde física. Além disso, há no fim de contas uma recompensa em termos de prazer. Quando temos saúde física, o exercício físico dá-nos prazer, e quando temos saúde mental, o exercício mental dá-nos prazer.

O problema com essa resposta, como admite Blackburn a seguir, é que ela ``provavelmente só consegue ser atraente para as pessoas que já estão parcialmente convencidas'' da importância da filosofia. Uma segunda resposta apresentada por ele enfatiza a relação entre a reflexão e a prática. Conclusões que obtemos no nível especulativo, por meio da reflexão filosófica, têm um papel importante no modo como agimos e nos comportamos em sociedade. Assim, e.g., se chegarmos à conclusão de que o mundo e seus acontecimentos estão todos determinados, e que nada do que façamos poderá mudar o rumo das coisas, a conseqüência pode ser a paralisação de nossa ação.

Uma outra visão acerca da utilidade da filosofia é fornecida pelos escritos de Ludwig Wittgenstein. Wittgenstein encara a filosofia como uma atividade de elucidação conceitual, ou gramatical, a partir de uma descrição cuidadosa de nossas normas de representação. Dada nossa própria natureza humana, que teima em nos empurrar sempre para mais longe de nossas limitações, acabamos deixando, como diria Wittgenstein, a ``linguagem entrar em férias''. Ao fazermos isso somos levados a vários tipos de confusões acerca do uso de nossos conceitos. Caberia à filosofia nos livrar desses problemas, por meio deum tipo de "terapia" lingüística ou conceitual. Mas isso não significa que a filosofia seja só isso, ou seja, que ela tenha apenas esse papel negativo. Após passarmos por tal ``terapia'', e voltarmos ao uso ordinário de nossos conceitos, não estamos mais na mesma posição de antes: nós ganhamos um certo tipo de imunidade às novas doenças, para continuar com a analogia. Isto é o que Wittgenstein chamaria de "visão sinóptica", ou "panorâmica", de nossa rede conceitual. Isso possibilita que não apenas usemos os conceitos de forma correta, mas nos fornece também uma certa justificação, que falta ao sujeito que nunca refletiu sobre tais coisas.

Essa concepção gera uma certa nebulosidade na delimitação e distinção dos problemas que são legitimamente filosóficos, dos problemas que podemos chamar de teóricos (ou seja, problemas que são conceituais mas que surgem na elaboração das teorias científicas). Uma resposta possível consiste em dizer que a Filosofia se preocupa com questões mais básicas, que tem a ver com confusões no uso de conceitos extremamente gerais, como substância, objeto material, experiência, evento, causalidade, realidade, etc. Já para a Ciência ficaria o encargo de lidar com conceitos mais sutis, sofisticados, em decorrência da própria sofisticação progressiva das teorias científicas. Essa é a resposta de Peter Strawson, cuja filosofia teremos oportunidade de analisar na seqüência.

4. As principais áreas de interesse em Filosofia.

Há muitas maneiras de se cortar o bolo da filosofia, dependendo do interesse que guia esse processo. Uma maneira interessante consiste em apresentar inicialmente uma grande bifurcação, dividindo-a em filosofia teórica e filosofia prática. Mas deve-se fazer uma importante ressalva acerca dessa última denominação, pois, na medida em que ela sugere interesses de ordem ``prática'' no sentido comum desse termo, ela é enganadora. Na verdade, assim como no caso da filosofia chamada teórica, a filosofia prática também visa responder a questões teóricas, conceituais, abstratas, diferindo daquela apenas no que toca ao seu objeto. Assim, enquanto a filosofia teórica preocupa-se basicamente com questões acerca do pensamento e do conhecimento humano, a filosofia prática trata da natureza das ações humanas, mas sempre num registro teórico.

Podemos subdividir o primeiro ramo, o da filosofia teórica, basicamente em três áreas de interesse principais e interconectadas entre si, as quais por sua vez teriam muitas outras ramificações, a saber: a Lógica, a Metafísica, a Epistemologia. Já no segundo ramo, o da filosofia prática, encontramos disciplinas tais como as da Ética, Filosofia Política, e Estética.

A Lógica trata basicamente da preservação da verdade e dos modos de se evitar o falso em inferências e raciocínios.

A Metafísica ou ontologia – que é é tradicionalmente encarada como o cerne da Filosofia – trata de questões tais como as da natureza da realidade, do ser e do nada. Segundo sua definição clássica, a Metafísica é o estudo das características mais gerais e essenciais da realidade. Essa é justamente a primeira sugestão que o nome `Meta-física' nos dá, ou seja, ela trata daquilo que vai além da seara da `Physis', da ciência natural. Curiosamente, contudo, esse nome teve uma origem distinta:


O sentido da palavra Metafísica deve-se a Aristóteles e a Andrônico de Rodes. Aristóteles nunca utilizou esta palavra, mas escreveu sobre temas relacionados à physis e sobre temas relacionados à ética e política, entre outros semelhantes. Andrônico, ao organizar os escritos de Aristóteles, organizou os escritos de forma que, espacialmente, aqueles que tratavam de temas relacionados à physis vinham antes dos outros. Assim, eles vinham depois da física (Metha = depois, além; Physis = física). (Fonte: Wikipédia)


A Epistemologia ou teoria do conhecimento, trata da crença, da justificação e do conhecimento.

A Ética, que trata do certo e do errado, do bem e do mal, visando fornecer uma fundamentação racional para o agir humano, ou simplesmente uma descrição das condições de possibilidade dessa ação, bem como um instrumental mais elaborado para o julgamento moral, que é parte importante de nossa vida em comunidade.

A Filosofia Política trata de questões tais como a das condições de possibilidade do Estado, e da maneira correta de governar para o bem comum.

Por fim, temos a Estética, que trata do belo e de nosso discurso e apreciação do belo, expresso pelo juízo estético.


5. O objeto do curso

O tema que será abordado neste curso – o da relação sujeito-objeto – suscita reflexões pertencentes ao âmbito da filosofia teórica, tanto de metafísica, quanto lógica e epistemologia.

A restrição histórica – da modernidade até nossos dias – visa possibilitar um tratamento mais detalhado das posições e autores estudados, e tem a vantagem de permitir, dentro desses limites, uma reflexão acerca das mudanças ocorridas nas concepções da relação sujeito-objeto ao longo do tempo, bem como das motivações dessas mudanças.