Monday, March 27, 2006

Links de textos sobre Locke e o Empirismo Britânico

Olá a todos,

Aí vão dois links para textos que podem auxiliar no acompanhamento das próximas aulas.
(i) versão online, traduzida para o português, do capítulo O EMPIRISMO BRITÂNICO (In: Uma história da filosofia ocidental, D. W. Hamlyn, Jorge Zahar Editor, Tradução de Ruy Jungmann).  
(ii) verbete John Locke na Stanford Encyclopedia of Philosophy -- em inglês.  Sugiro especialmente a leitura da seção 2 (The Limits of Human Understanding).

O segundo é de longe melhor, mas infelizmente não possui tradução. Alguém se interessaria em traduzi-lo para a turma (valendo pontos por participação)?

Caso haja interesse posso imprimir os textos e disponibilizar na pasta.

Abraço.

Thursday, March 23, 2006

Guia de (re)leitura das Meditações I-II

Aos alunos que por ventura não tenham assistido às aulas nas quais apresentei as duas primeiras Meditações, e também aos que quiserem relê-las com mais cuidado e vagar, sugiro, antes de mais nada, que leiam com atenção o resumo das 6 Meditações apresentado por Descartes no início do texto, para ter uma idéia dos objetivos e da estrutura do argumento como um todo. Na leitura das Meditações I e II, sugiro que se guiem pelos seguintes pontos:

  1. Qual é o projeto apresentado por Descartes no início do texto da primeira Meditação, e como ele pretente alcaçar os objetivos aí mencionados, por meio do procedimento da dúvida metódica e hiperbólica?
  2. Quais são as razões apresentadas para duvidar das "oipiniões recebidas como verdadeiras"?
  3. Qual é o argumento que estabelece a 'primeira certeza', ou 'certeza do cogito'?
  4. Como se processa a determinação ulterior da natureza do sujeito que está de posse daquela certeza, que é a de ser uma coisa pensante?
  5. Como Descartes justifica a tese de que a mente é mais fácil de conhecer que o corpo?
Abraço a todos.

Seleção de passagens do Ensaio Acerca do Entendimento Humano de Locke na Pasta

Olá a todos

Hoje (23/03) estarei deixando na pasta uma seleção de passagens dos Livros I e II do Ensaio Acerca do Entendimento Humano, de John Locke, que servirão de base para a aula da semana que vem. Listo abaixo as páginas da edição dos Pensadores que eu usei (de 1983), com a referência dos capítulos, caso alguém queira acompanhar em outras edições:

pp. 133-149 (Livro I, cap. I)
pp. 157-167 (Livro II, cap. I)
pp. 171-174 (Livro II, caps. V-VII)
pp. 183-188 (Livro II, cap. XII)


Na seqüência deixarei algumas passagens do Livro III.

--
Um abraço,

Jonadas

Monday, March 20, 2006

Instruções para entrar no Grupo

Para os que tiveram dificuldades para entrar no Grupo, aí vai o link:

http://groups.google.com/group/pensamentofilosofico

Basta entrar e clicar em "Acessar" no canto superior esquerdo e se inscrever.

Depois de inscritos, basta enviar email para o seguinte endereço, e todos os membros receberão a mensagem: pensamentofilosofico@googlegroups.com

Abraço a todos.

Wednesday, March 15, 2006

Novos textos no xerox

Amanha (16/03) estarei deixando na pasta, a pedido de um colega, uma cópia do texto de Adam Morton ("Descartes: da dúvida à certeza "); também deixarei um capítulo do livro As Questões Centrais da Filosofia, de Alfred Ayer, entitulado "As alegações da metafísica". Nesse capítulo Ayer fala da dificuldade de se definir a filsoofia, e apresenta várias estratégias possíveis de se adotar para resolver essa dificuldade. Além disso, menciona posições de vários autores que iremos estudar na seqüência. Sugiro que todos leiam ambos os textos, o primeiro especialmente para auxiliar na compreensão do argumento de Descartes, e o segundo para ter um contato com os temas e filósofos mencionados por Ayer.

Para o colega que disse interessar-se pelo ceticismo, sugiro que vá pensando na hipótese de fazer uma apresentação a esse respeito, talvez em grupo, mas não necessariamente, depois de tratarmos de Hume, que, segundo alguns, é um dos filósofos céticos mais importantes na história da filosofia. Essa é uma afirmação que pretendo analisar. Até lá posso passar mais textos sobre o tema.


Abraço a todos.

Tuesday, March 14, 2006

Aula 14 de Março: Aparência e realidade I

    O SURGIMENTO DA FILOSOFIA MODERNA COMO RESPOSTA AOS PROBLEMAS TEÓRICOS IMPOSTOS PELA NOVA CIÊNCIA1

1. As origens da ilusão

Refletir acerca da relação entre o mundo como o percebemos, e o mundo como é nele mesmo, não é uma atividade exclusiva dos filósofos. Basta nos damos conta de que somos seres dotados de capacidades perceptuais limitadas, para que surjam dúvidas sobre a confiabilidade de nossos sentidos. Exemplos que demonstram essa limitação:

  • Águias podem enxergar mais longe, cães farejar melhor, e morcegos ouvir mais;

  • Nos enganamos com freqüência em nossos juízos perceptuais (e.g., torre quadrada/redonda, bastão reto/torto);

  • Ilusões e alucinações (oásis no deserto);


Essas constatações óbvias e trivias podem dar origem a questões bastante enigmáticas:

  • Será que a percepção revela o mundo como realmente é, ou apenas como parece ser?

  • Será que ele parece diferente a criaturas dotadas de uma sensibilidade muito distinta da nossa?

  • Se é assim, será que podemos determinar como o mundo é independentemente de nós? Ou estamos para sempre escondidos atrás de um véu de aparências, isolados da apreensão direta do mundo como ele é nele mesmo?


2. A contribuição da ciência

A partir dos séculos XVI e XVII, com a revolução científica moderna e os progressos obtidos na explicação do mundo natural, essas questões foram trazidas para o âmbito de um novo campo de força, e a relação aparência / realidade começou a ser tomada como equivalente à relação entre a caracterização ordinária / científica do mundo. Nessa época, a maior parte dos cientistas e filósofos passaram a sustentar que os resultados da ciência moderna entravam em conflito com a experiência mundana. O mundo, nos disseram eles, parece multi-colorido, cheio de sons e odores, quente ou frio, mas na realidade é apenas um conjunto de partículas invisíveis e incolores, de ondas de ar ou radiação eletromagnética. Surgia assim a doutrina da subjetividade das qualidades secundárias, que se tornaria uma característica central e permanente do pensamento ocidental.

A imagem que vem na esteira dessa doutrina é de fato bastante estranha, pelo menos para um ouvido ainda não calejado pelas explicações científicas: é como se um abismo impossível de ser vencido estivesse sendo criado entre o mundo como o percebemos e o mundo como é nele mesmo. A origem dessa imagem no pensamento moderno encontra-se sobretudo nos escritos de Galileu Galilei, especialmente em O Ensaiador. Quando concebemos substâncias materiais, argumenta Galileu nessa obra, pensamos nelas como sendo limitadas, com certa figura e tamanho, ocupando certa posição no espaço e no tempo, estando em movimento ou repouso, em contato ou não com outros corpos, como sendo uma ou várias. Todavia, continua ele, não há necessidade alguma de que concebamos os corpos materiais como coloridos, sonoros, saborosos ou fragrantes. A partir dessas considerações ele conclui que:

cores, sons, sabores e odores, na medida em que sua existência objetiva está em questão, não são nada além de meros nomes para algo que reside exclusivamente em nosso corpo sensitivo, de modo que se a criatura percipiente fosse removida, todas aquelas qualidades poderiam ser aniquiladas e abolidas da existência. É apenas porque nós demos nomes especiais a estas qualidades, diferentes dos nomes que nós demos às propriedades primárias e reais, que somos tentados a acreditar que as primeiras realmente e verdadeiramente existem da mesma forma que as últimas.


Um segundo tipo de argumento que podemos encontrar na obra de Galileu visando demonstrar a tese da subjetividade das qualidades secundárias é o que parte da análise de um caso de experiência perceptual, sob o ponto de vista da explicação causal do funcionamento de nossa sensibilidade. O caso fornecido para análise é o de uma pluma sendo passada sobre um corpo qualquer – seja ele sensitivo ou não. Galileu chama atenção para o fato de que, tanto no caso de um corpo sensitivo, quanto no caso de um corpo inanimado, o movimento mecânico da pluma deverá ser exatamente o mesmo. Mas no caso de um sujeito sentiente, ao passar a pluma sob suas narinas ou sobre seus olhos, inevitavelmente se produzirá como efeito uma coceira quase insuportável. D
isso segue-se, segundo Galileu, que a coceira é meramente um estado subjetivo nosso, tanto que se o nosso corpo fosse removido nada mais restaria para ser sentido, além da mesma ação mecânica que ocorre com objetos inanimados. Essa ação mecânica, portanto, é tudo que realmente ou objetivamente existe. O próximo passo é estender estas conclusões a todas as outras "qualidades secundárias". Assim temos que o calor, por exemplo, não passa de uma multiplicidade de partículas com figura, número, movimento, poder de penetração e contato, e mais nenhuma qualidade que possamos chamar de 'calor'. Sons são produzidos em nós e sentidos quando uma rápida vibração de partículas de ar causa movimento de nosso canal auditivo. A percepção visual das cores ocorre de modo similar, devido ao impacto de certas partículas ou ondas sobre nossos olhos, e assim por diante. A conclusão, portanto, é a de que independentemente do sujeito percipiente nada no mundo pode ser considerado como objetivamente quente ou frio, colorido, fragrante ou sonoro. 

1Baseado no capítulo 1 de Appearance and Reality (AR), de Peter Hacker (Basil Blackwell, Oxford, 1987, pp. 1--52).

Aula Introdutória - Parte II

UM 10502 - INTRODUÇÃO À FILOSOFIA A – 2005/1 3. A utilidade da filosofia

Simon Blackburn dá início ao capítulo intitulado ``Para que serve a filosofia?'' (de seu livro Pense: Uma introdução à filosofia) com o seguinte questionamento:

Está tudo muito bem, mas será que vale a pena preocuparmo-nos? Qual é o interesse? A reflexão não põe o mundo a funcionar. Não coze o pão nem põe os aviões no ar. Por que razão não havemos de pôr as perguntas reflexivas de lado, e passar às outras coisas? (fonte)

De fato, esse é o tipo de pergunta que certamente muitas das pessoas que entram em contato com a reflexão filosófica fazem vez ou outra. Um exemplo famoso disso é fornecido pela afirmação de Karl Marx segundo a qual os filósofos anteriores teriam procurado apenas compreender o mundo, ao passo que o que era preciso era transformá-lo. Mas o que Marx parece esquecer nesse contexto é que é preciso antes compreender o mundo para depois transformá-lo. Como afirma o próprio Blackburn, no texto supracitado:

A reflexão não coze o pão, mas também a arquitetura não o faz, nem a música, a arte, a história ou a literatura. Acontece apenas que queremos compreender-nos. Queremos isto pelo seu valor intrínseco, tal como os especialistas em ciências ou matemáticas puras podem querer compreender o princípio do universo, ou a teoria dos conjuntos, pelo seu valor intrínseco, ou como um músico pode querer resolver alguns problemas na harmonia ou no contraponto pelo seu valor intrínseco. São coisas que não se fazem em função de aplicações práticas. Grande parte da vida trata-se de fato de criar gado para poder comprar mais terra, para poder criar mais gado, para poder comprar mais terra… Os momentos em que nos libertamos disso, seja para fazer matemática ou música, para ler Platão ou Eça de Queirós, devem ser acarinhados. São momentos em que desenvolvemos a nossa saúde mental. E a nossa saúde mental é boa em si, como a nossa saúde física. Além disso, há no fim de contas uma recompensa em termos de prazer. Quando temos saúde física, o exercício físico dá-nos prazer, e quando temos saúde mental, o exercício mental dá-nos prazer.

O problema com essa resposta, como admite Blackburn a seguir, é que ela ``provavelmente só consegue ser atraente para as pessoas que já estão parcialmente convencidas'' da importância da filosofia. Uma segunda resposta apresentada por ele enfatiza a relação entre a reflexão e a prática. Conclusões que obtemos no nível especulativo, por meio da reflexão filosófica, têm um papel importante no modo como agimos e nos comportamos em sociedade. Assim, e.g., se chegarmos à conclusão de que o mundo e seus acontecimentos estão todos determinados, e que nada do que façamos poderá mudar o rumo das coisas, a conseqüência pode ser a paralisação de nossa ação.

Uma outra visão acerca da utilidade da filosofia é fornecida pelos escritos de Ludwig Wittgenstein. Wittgenstein encara a filosofia como uma atividade de elucidação conceitual, ou gramatical, a partir de uma descrição cuidadosa de nossas normas de representação. Dada nossa própria natureza humana, que teima em nos empurrar sempre para mais longe de nossas limitações, acabamos deixando, como diria Wittgenstein, a ``linguagem entrar em férias''. Ao fazermos isso somos levados a vários tipos de confusões acerca do uso de nossos conceitos. Caberia à filosofia nos livrar desses problemas, por meio deum tipo de "terapia" lingüística ou conceitual. Mas isso não significa que a filosofia seja só isso, ou seja, que ela tenha apenas esse papel negativo. Após passarmos por tal ``terapia'', e voltarmos ao uso ordinário de nossos conceitos, não estamos mais na mesma posição de antes: nós ganhamos um certo tipo de imunidade às novas doenças, para continuar com a analogia. Isto é o que Wittgenstein chamaria de "visão sinóptica", ou "panorâmica", de nossa rede conceitual. Isso possibilita que não apenas usemos os conceitos de forma correta, mas nos fornece também uma certa justificação, que falta ao sujeito que nunca refletiu sobre tais coisas.

Essa concepção gera uma certa nebulosidade na delimitação e distinção dos problemas que são legitimamente filosóficos, dos problemas que podemos chamar de teóricos (ou seja, problemas que são conceituais mas que surgem na elaboração das teorias científicas). Uma resposta possível consiste em dizer que a Filosofia se preocupa com questões mais básicas, que tem a ver com confusões no uso de conceitos extremamente gerais, como substância, objeto material, experiência, evento, causalidade, realidade, etc. Já para a Ciência ficaria o encargo de lidar com conceitos mais sutis, sofisticados, em decorrência da própria sofisticação progressiva das teorias científicas. Essa é a resposta de Peter Strawson, cuja filosofia teremos oportunidade de analisar na seqüência.

4. As principais áreas de interesse em Filosofia.

Há muitas maneiras de se cortar o bolo da filosofia, dependendo do interesse que guia esse processo. Uma maneira interessante consiste em apresentar inicialmente uma grande bifurcação, dividindo-a em filosofia teórica e filosofia prática. Mas deve-se fazer uma importante ressalva acerca dessa última denominação, pois, na medida em que ela sugere interesses de ordem ``prática'' no sentido comum desse termo, ela é enganadora. Na verdade, assim como no caso da filosofia chamada teórica, a filosofia prática também visa responder a questões teóricas, conceituais, abstratas, diferindo daquela apenas no que toca ao seu objeto. Assim, enquanto a filosofia teórica preocupa-se basicamente com questões acerca do pensamento e do conhecimento humano, a filosofia prática trata da natureza das ações humanas, mas sempre num registro teórico.

Podemos subdividir o primeiro ramo, o da filosofia teórica, basicamente em três áreas de interesse principais e interconectadas entre si, as quais por sua vez teriam muitas outras ramificações, a saber: a Lógica, a Metafísica, a Epistemologia. Já no segundo ramo, o da filosofia prática, encontramos disciplinas tais como as da Ética, Filosofia Política, e Estética.

A Lógica trata basicamente da preservação da verdade e dos modos de se evitar o falso em inferências e raciocínios.

A Metafísica ou ontologia – que é é tradicionalmente encarada como o cerne da Filosofia – trata de questões tais como as da natureza da realidade, do ser e do nada. Segundo sua definição clássica, a Metafísica é o estudo das características mais gerais e essenciais da realidade. Essa é justamente a primeira sugestão que o nome `Meta-física' nos dá, ou seja, ela trata daquilo que vai além da seara da `Physis', da ciência natural. Curiosamente, contudo, esse nome teve uma origem distinta:


O sentido da palavra Metafísica deve-se a Aristóteles e a Andrônico de Rodes. Aristóteles nunca utilizou esta palavra, mas escreveu sobre temas relacionados à physis e sobre temas relacionados à ética e política, entre outros semelhantes. Andrônico, ao organizar os escritos de Aristóteles, organizou os escritos de forma que, espacialmente, aqueles que tratavam de temas relacionados à physis vinham antes dos outros. Assim, eles vinham depois da física (Metha = depois, além; Physis = física). (Fonte: Wikipédia)


A Epistemologia ou teoria do conhecimento, trata da crença, da justificação e do conhecimento.

A Ética, que trata do certo e do errado, do bem e do mal, visando fornecer uma fundamentação racional para o agir humano, ou simplesmente uma descrição das condições de possibilidade dessa ação, bem como um instrumental mais elaborado para o julgamento moral, que é parte importante de nossa vida em comunidade.

A Filosofia Política trata de questões tais como a das condições de possibilidade do Estado, e da maneira correta de governar para o bem comum.

Por fim, temos a Estética, que trata do belo e de nosso discurso e apreciação do belo, expresso pelo juízo estético.


5. O objeto do curso

O tema que será abordado neste curso – o da relação sujeito-objeto – suscita reflexões pertencentes ao âmbito da filosofia teórica, tanto de metafísica, quanto lógica e epistemologia.

A restrição histórica – da modernidade até nossos dias – visa possibilitar um tratamento mais detalhado das posições e autores estudados, e tem a vantagem de permitir, dentro desses limites, uma reflexão acerca das mudanças ocorridas nas concepções da relação sujeito-objeto ao longo do tempo, bem como das motivações dessas mudanças.

Sunday, March 12, 2006

Descartes e Matrix

Acabo de colocar à disposição mais uma ótima análise filosofica do filme Matrix: "Matrix, cepticismo e o valor da realidade", de Desidério Murcho. Assim como o texto que já estava online anteriormente (" A Matrix enquanto hipótese metafísica", de David Chalmers), trata-se de uma apresentação bastante acessível e interessante, que traça paralelos entre pontos fundamentais do filme e argumentos clássicos de filósofos como René Descartes, George Berkeley e Hilary Putnam. Colocarei cópias desses dois textos na pasta terça-feira antes da aula, juntamente com um outro capítulo sobre Matrix. Também estarei deixando na pasta, nesse mesmo dia, uma cópia das Meditações I e II de Descartes. Apresentarei o argumento de Descartes nas Meditações logo depois de terminar com a parte introdutória (provavelmente quinta-feira, dia 16), e sugiro aos cinéfilos e amantes de ficção científica de plantão que pensem na idéia de preparar uma apresentação acerca da filosofia de Matrix, traçando paralelos com o argumento das Meditações. Há bastante tempo para preparar essa apresentação (uma semana e meia ou duas, conforme o andamento do curso), e, além dos textos que já citei, há muito mais recursos na internet, basta procurar (o Google é seu amigo ;-) ).

Para acompanhar as aulas, proponho o seguinte cronograma de leituras:

1. "Vida e Obra" de Descartes (que já está na pasta);
2. Meditações I e II;
3. Texto de Adam Morton ("Descartes: da dúvida à certeza");
4. Textos sobre Matrix.


Abraços a todos

Friday, March 10, 2006

Aula Introdutória - Parte I

NOTAS SOBRE A NATUREZA E HISTÓRIA DA FILOSOFIA

1. Etimologia

Filosofia é uma palavra que deriva do grego e resulta da união de outras duas palavras: philia, que significa "amizade", "amor" (não no sentido erótico) e "sophia", que significa "sabedoria", "conhecimento". De "sophia" decorre a palavra "sophos", que significa "sábio", "instruído". Assim, o "filósofo" seria aquele que ama e busca "a sabedoria". A tradição atribui ao filósofo Pitágoras a criação da palavra. São muitas, entretanto, as discussões sobre sua definição e seu objeto específico. (Fonte: Wikipédia)


2. A natureza da filosofia como um problema filosófico

A filosofia é uma área do conhecimento humano conhecida por ser difícil de se definir com precisão, não obstante ser sua própria natureza uma das questões mais centrais e recorrentes no âmbito da investigação filosófica. Dificilmente uma definição precisa poderia abranger tudo o que tradicionalmente já foi concebido como caindo sob esse rótulo.

Antes de mais nada, há uma controvérsia acerca da aplicação desse rótulo tanto ao caso do pensamento ocidental quanto do oriental. De fato, é comum falar-se em "filosofia oriental", e certamente não há nenhum impedimento de princípio quanto a isso – afinal, fala-se também na "filosofia dos hackers", "filosofia da empresa", etc. A questão é determinar o quanto o pensamento oriental, caracterizado pela profunda religiosidade e pelo foco na própria prática da vida humana, pode ser comparado com o pensamento ocidental, que, com algumas excessões, sempre foi mais voltado à contemplação especulativa ou teórica do mundo.

Mas, mesmo restringindo-se o foco de análise ao caso da filosofia ocidental, é difícil obter uma definição precisa dessa atividade. Isso se deve em parte às próprias mudanças que ela sofreu ao longo da história. Originalmente, todas as áreas que hoje denominamos "ciências" faziam parte da Filosofia. Os filósofos pré-socráticos, por exemplo, se preocupavam muito com questões tais como qual seria o princípio (arché) do universo, aquilo a partir do qual tudo o mais teria sido originado – questão que hoje não mais comparece nos debates filosóficos, mas sim nos da ciência (Física).

[Extraído da Wikipédia, com edições: início]

Tales de Mileto, é o primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. Ele é o marco inicial da filosofia ocidental. Em sua época os gregos – através de sua mitologia – consideravam os elementos da Natureza (o Sol, a Terra, o Céu, o Oceano, as Montanhas, etc.) como forças autônomas, honrando-os como deuses, seres ativos, móveis, conscientes e dotados de sentimentos, vontades e desejos. Estes deuses constituíam-se na fonte e na essência de todas as coisas do universo. Tales foi um dos primeiros pensadores a discordar dessa religião vigente.

O ponto de partida de sua teoria especulativa – como também de todos os demais filósofos da escola Jônica – foi a verificação da permanente transformação das coisas umas nas outras e sua intuição básica é de que todas as coisas são uma só coisa fundamental, ou um só princípio (arché). Para Tales, a água seria tal princípio, e a origem de todas as coisas. Embora seus seguidores discordassem quanto à "substância primordial" que constituia a essência do universo, concordavam com ele no que dizia respeito à existência de um "princípio único" para essa natureza primordial. Entre seus principais discípulos merecem destaque: Anaxímenes que dizia ser o "ar" a substância primária; e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua perpétua inter-relação.

Tales e seus seguidores haviam percebido o dinamismo das mudanças que ocorrem na physis, como o nascimento, o crescimento e o perecimento, mas não chegaram a problematizar a própria mudança. Heráclito parte do princípio de que tudo é movimento, e que nada pode permanecer estático. "Panta rhei", sua máxima, significa "tudo flui", "tudo se move". Ele exemplifica tal máxima dizendo que não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, porque, ao entrarmos pela segunda vez, não serão as mesmas águas que estarão lá, e a pessoa mesma já será diferente. O devir, a mudança que acontece em todas as coisas é sempre uma alternância entre contrários: coisas quentes esfriam, coisas frias esquentam, coisas úmidas secam, coisas secas umedecem, etc. A realidade acontece, então, não em uma das alternativas, que são apenas parte da realidade, e sim da mudança, no conflito entre os opostos. Segundo Heráclito, o fogo é o elemento primordial de todas as coisas: o cosmos é um só e nasce do fogo e de novo é pelo fogo consumido, em períodos determinados, em ciclos que se repetem pela eternidade.

Parmênides fundou a metafísica ocidental com sua distinção entre o Ser e o Não-Ser. Enquanto Heráclito ensinava que tudo está em perpétua mutação, Parmênides desenvolvia um pensamento completamente antagônico: Para ele toda a mutação é ilusória, e o que é real é a unidade e imobilidade do Ser. Fixando sua investigação na pergunta: "o que é", ele tenta vislumbrar aquilo que está por trás das aparências e das transformações, comparando as qualidades umas com as outras, e ordenando-as em duas classes distintas, a das qualidades positivas e das negativas, esforçando-se em encontrar essa oposição fundamental em toda a Natureza. Um exemplo dessa oposição é a da luz e da escuridão, sendo que a última nada mais era do que a negação da primeira. Generalizando essa análise, a conclusão é de que a esfera negativa era apenas uma negação da esfera positiva, isto é, a esfera negativa não continha as propriedades que existiam na esfera positiva. Ao invés das expressões "positiva" e "negativa", Parmênides usa os termos metafísicos de "ser" e "não-ser". O não-ser era apenas uma negação do ser. Mas ser e não-ser são imutáveis e imóveis.

Platão desenvolveu uma teoria segundo a qual o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: os inteligíveis e os sensíveis. Os primeiros são realidades mais concretas, permanentes, imutáveis. Os segundos são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis, imagens das realidades inteligíveis. Tal concepção também é conhecida por Teoria das Idéias ou das Formas. Segundo tal teoria, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das Idéias. Cada objeto concreto que existe participa, junto com todos os outros objetos de sua categoria, de uma Idéia perfeita. Uma determinada caneta, por exemplo, terá determinados atributos (cor, formato, tamanho, etc). Outra caneta terá outros atributos. Aquilo que faz com que as duas sejam canetas é, para Platão, a Idéia de Caneta, perfeita, que esgota todas as possibilidades de ser caneta. A ontologia de Platão diz, então, que algo é na medida em que participa da Idéia desse objeto.

O problema que Platão propõe-se a resolver com essa teoria é a tensão entre Heráclito e Parmênides: para o primeiro, o ser é a mudança, tudo está em constante movimento e a estaticidade ou permanência são ilusões; para o segundo, o movimento é que é uma ilusão, pois algo que é não pode deixar de ser e algo que não é não pode ser, assim, não há mudança. Por exemplo: o que faz com que determinada árvore seja ela mesma desde o estágio de semente até morrer, e o que faz com que ela seja tão árvore quanto uma de outra espécie, com características tão diferentes? Há aqui uma mudança, tanto da árvore em relação a si mesma (com o passar do tempo ela cresce) quanto da árvore em relação a outra. Para Heráclito, a árvore está sempre mudando e nunca é a mesma, e para Parmênides, ela nunca muda, é sempre a mesma e é uma ilusão sua mudança.

Platão resolve esse problema com sua Teoria das Idéias. O que há de permanente em um objeto é a Idéia, mais precisamente, a participação desse objeto na sua Idéia correspondente. E a mudança ocorre porque esse objeto não é uma Idéia, mas uma incompleta representação da Idéia desse objeto. No exemplo da árvore, o que faz com que ela seja ela mesma e seja uma árvore (e não outra coisa), a despeito de sua diferença daquilo que era quando mais jovem e de outras árvores de outras espécies (e mesmo das da mesma espécie) é sua participação na Idéia de Árvore; e sua mudança deve-se ao fato de ser uma pálida representação da Idéia de Árvore.

Aristóteles via seu próprio pensamento como o ponto culminante do processo desencadeado por Tales de Mileto. Sua filosofia pretendia não apenas rever como também corrigir as falhas e imperfeições das filosofias anteriores. Ao mesmo tempo, trilhou novos caminhos para fundamentar suas críticas, revisões e novas proposições. Aristóteles salientou o papel da Lógica como um instrumento importante para as ciências: segundo ele, o conhecimento baseia-se no silogismo, i.e., o raciocínio formalmente estruturado que supõe certas premisas colocadas previamente para que haja uma conclusão necessária. Para Aristóteles havia uma ciência mais fundamental que as demais, que ele chamava de filosofia primeira. Esta é a ciência que se ocupa com realidades que estão além das realidades físicas que possuem imediata apreensão sensorial. (O conceito de metafísica em Aristóteles é extremamente complexo e não há uma definição única. O filósofo deu quatro definições para metafísica: 1) a ciência que indaga causas e princípios; 2) a ciência que indaga o ser enquanto ser; 3) a ciência que investiga a substância e 4) a ciência que investiga a substância supra-sensível.)

[Extraído da Wikipédia, com edições: fim]

Na Idade Média, com o surgimento da chamada Filosofia Escolástica, assistiu-se uma intensa retomada da filosofia dos antigos, mas com o objetivo de compatibilizar e reinterpretar o conhecimento clássico à luz de preceitos e crenças religiosas. Basicamente, a questão chave que vai atravessar todo o pensamento escolástico é a harmonização das dae da razão. O pensamento de Agostinho, mais conservador, defende uma subordinação maior da razão em relação à fé, por crer que esta venha restaurar a condição decaída da razão humana. Enquanto que a linha de Tomás de Aquino defende uma certa autonomia da razão na obtenção de respostas, por força da inovação do aristotelismo, apesar de em nenhum momento negar tal subordinação da razão à fé.

Na modernidade passou-se a delinear melhor os limites do estudo filosófico. Inicialmente, como atestam os subtítulos de obras tais como as Meditações de René Descartes e o Tratado de George Berkeley, ainda se fazia referência a questões tais como a da prova da existência de Deus e da existência e imortalidade alma. Do mesmo modo, os filósofos do início da modernidade ainda pretendiam com suas teorias filosóficas fornecer algum tipo de fundamento para uma determinada concepção científica (caso de Descartes), ou proceder a um trabalho de "faxina", com o fim de preparar o terreno para a ciência tomar seu rumo (caso de John Locke), ou ainda mostrar a incorreção de uma determinada conclusão ou método científico (caso de Berkeley, em The Analyst, no qual ele criticou o cálculo newtoniano-leibniziano – mais especificamente, à noção de infinitesimal – e de David Hume com o tratamento matemático do espaço e do tempo). Gradualmente, contudo, a filosofia moderna deixou de voltar-se ao objetivo de aumentar o conhecimento material, i.e., de buscar a descoberta de novas verdades – isso é assunto para a ciência – bem como de justificar as crenças religiosas racionalmente. Em obras posteriores, especialmente a de Immanuel Kant, a filosofia claramente passa a ser encarada antes como uma atividade de clarificação das próprias condições do conhecimento humano: começava assim a chamada ``virada epistemológica''.

Mais próximo de nossa era, no final do século XIX, início do século XX, a Filosofia passou por uma nova e profunda remodelação, a chamada ``virada linguística''. Sob a influência de autores tais como Gottlob Frege, Bertrand Russell e Ludwig Wittgenstein, a atividade filosófica passou a ser encarada basicamente como um método lógico de análise do pensamento, e, posteriormente – nas mãos de autores tais como os do Círculo de Viena e demais positivistas lógicos – como um método de análise do significado das proposições da ciência. Uma outra concepção influente desse período é a de Peter Strawson, que considera a filosofia como uma espécie de empreitada descritiva, que visa elucidar o emprego de alguns dos conceitos mais fundamentais de nosso ``esquema conceitual''. Nascia assim a chamada Filosofia Analítica.

O surgimento da filosofia analítica marcou uma nova divisão entre modos de se fazer filosofia. Os próprios filósofos analíticos forjaram o termo ``Filosofia Continental´´ para descrever várias tradições filosóficas procedentes da Europa Continental, principalmente da Alemanha e da França.

Segundo a Wikipédia:

O termo [filosofia continental] é utilizado sobretudo para descrever uma atividade filosófica por contraste com a filosofia analítica. É mais popular nas ciências sociais, estética, estudos culturais e filosofia do cinema do que nas ditas "ciências duras".

É comum os filósofos ditos continentais acusarem a filosofia analítica de retomar ingenuamente uma perspectiva cientificista e formalista, sem interrogar seus pressupostos. Por sua vez, filósofos analíticos acusam os continentais de se preocupar mais com a exegese de autoridades filosóficas do que com a clarificação dos problemas filosóficos.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, muitos dos principais componentes do Círculo de Viena tiveram que fugir para os Estados Unidos, e da síntese de sua filosofia – o positivismo lógico – com a cultura americana nasceu uma nova corrente filosófica, chamada Pragmatismo – ou "Pragamtismo moderno", uma vez que como corrente filosófica o pragmatismo estava a mais tempo enraizada nos Estados Unidos, e precisamente com esse nome, sobretudo nas obras de William James (1842-1910), Charles Sanders Peirce (1839-1914) e John Dewey (1859-1952). Segundo essa concepção, a Filosofia seria um tipo de ciência muito geral, que pode auxiliar na construção de novas teorias para a explicação científica de fatos empíricos.

A partir de meados do século XX, mais uma vez sob a forte influência de estudos advindos do campo da Lógica – dessa vez especificamente da lógica modal – houve uma retomada, por parte dos filósofos analíticos, do tratamento de questões metafísicas e epistemológicas como tradicionalmente concebidas. Assim, a partir de alguns escritos seminais de autores como Saul Kripke, Hylary Putnam e Tyler Burge, passou-se mais uma vez a tematizar assuntos tais como o da relação entre o sujeito e o mundo – ou, mais especificamente, entre o sujeito e seu ambiente físico e social – condições de identidade de objetos através de mundos possíveis, etc. Nascia assim o externalismo.

Diante das profundas mudanças ocorridas na história da atividade filosófica, a definição da mesma torna-se realmente um problema muito difícil. Frente a esse problema, duas são as estratégias mais comumente empregadas: ou bem apresenta-se uma lista de questões que claramente são filosóficas, e outras que claramente não o são – ou bem passa-se ao estudo histórico das obras e autores aos quais a tradição legou o título de ``filosofia''. Cada um desses métodos possui suas vantagens e desvantagens, defensores e críticos. Thomas Nagel, por exemplo, na introdução de seu livro Que Quer Dizer Tudo Isto?, opta explicitamente por apresentar problemas filosóficos por si mesmos, e não as obras ou autores que deles tratam. Como ele esclarece:

Este livro é uma introdução direta a nove problemas filosóficos, cada um dos quais pode ser entendido por si mesmo, sem referência à história do pensamento. Não discutirei os grandes escritos filosóficos do passado nem o contexto cultural desses escritos. O núcleo da filosofia reside em certas questões que o espírito reflexivo humano acha naturalmente enigmáticas, e a melhor maneira de começar o estudo da filosofia é pensar diretamente sobre elas. Uma vez feito isso, encontramo-nos numa posição melhor para apreciar o trabalho de outras pessoas que tentaram solucionar os mesmos problemas. (Fonte)

Já outros autores, tais como Allen Wood, defendem a importância da história da filosofia na investigação filosófica, argumentando que:

Fazer questões difíceis sobre o que os filósofos querem dizer em seus escritos vem a ser uma parte importante do que é ler um texto na história da filosofia, ou pelo menos lê-lo filosoficamente. E tentar decidir o que um filósofo quer dizer nos levará também a entrar em controvérsias que geralmente parecem ser sobre filosofia ao mesmo tempo em que são sobre o que um autor pensou ou quis dizer. (WOOD, 2002, p. 214).

Eu não penso que a importância filosófica de se estudar a história da filosofia possa ser demonstrada a priori por meio de algum argumento rigoroso. Ela pode ser apreciada apenas por aqueles que se engajam na investigação filosófica, e que estudaram suficientemente a história da filosofia para experimentar por si mesmos, em uma variedade de formas, o quão indispensavelmente ela contribui para aquela investigação. (WOOD, 2002, p. 216)

A meu ver, contudo, ambas as estratégias comungam de uma mesma convicção fundamental: a de que só se aprende o que é filosofia engajando-se nessa atividade – seja por meio de um estudo de obras e autores clássicos, seja por meio da análise de problemas paradigmáticos. Dada essa convicção compartilhada, não me parece possível apontar para nenhuma vantagem intrínseca a uma ou outra estratégia. De fato, uma não exclui a outra de maneira alguma. Não há nada que nos impeça de estudar importantes problemas filosóficos, bebendo na própria fonte, ou seja, analisando as obras clássicas nas quais esses problemas foram tratados com rigor e competência filosófica. Justamente por isso um dos objetivos principais da presente disciplina será o de permitir o contato, e o engajamento, com alguns dos problemas fundamentais da história da filosofia, constantes em obras clássicas. Ao final, espero que cada um de vocês possa ter conhecimento o suficiente para forjar uma concepção própria, ainda que introdutória, parcial e volátil, do que é a filosofia.

Monday, March 06, 2006

Bibliografia Básica do Curso

Segue uma lista básica de livros e artigos que serão usados nas ou para a preparação das aulas:
HUM 10502 - INTRODUÇÃO À FILOSOFIA A – 2005/1

Textos introdutórios em português

Blackburn, Simon. Pense! Uma Introdução à Filosofia (Lisboa: Gradiva, 2001)
Blackburn, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia (Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997)
HACKING, Ian. Por que a linguagem interessa à filosofia? (São Paulo: Unesp, 1997)
Nagel, Thomas. Uma Breve Introdução à Filosofia (São Paulo: Martins Fontes, 2001)
STRAWSON, P. F. Análise e Metafísica: Uma Introdução à Filosofia (São Paulo: Discurso Editorial, 2002)

Textos clássicos em português

AUSTIN, J. L.
Sentido e Percepção (São Paulo: Martins Fontes, 1993).
BERKELEY, George.
Tratado Sobre os Princípios do Conhecimento Humano, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
DESCARTES, René.
Meditações Metafísicas, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
HUME, David: Investigação Sobre o Entendimento Humano, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
_____ . Prolegômenos, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
LOCKE, John. Ensaio Acerca do Entendimento Humano, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
RUSSELL, Bertrand. Lógica e Conhecimento: Ensaios Escolhidos, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
RYLE, Gilbert. Expressões Sistematicamente Enganadoras e outros Ensaios, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);

STRAWSON, P. F. Escritos Lógico-Lingüísticos, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas, Coleção Os Pensadores (Editora Abril);
_____ . Tractatus Logico-Philosophicus, (São Paulo: Edusp, 1993).

Textos clássicos em inglês (sem tradução disponível)


KRIPKE, Saul A. Naming and Necessity (Cambridge: Harvard U.P., 1972)

LUDLOW, P.; MARTIN, N. (Ed.). Externalism and Self-Knowledge (Standford, California: CSLI Publications, 1998).

PUTNAM, H. The Meaning of 'Meaning'. In: Mind, Language, and Reality: Philosophical Papers, Vol. 2. (Cambridge: Cambridge University Press, 1975. p. 215–271).

STRAWSON, P. F. Individuals: An Essay in Descriptive Metaphysics (London: Methuen, 1959)


Outros textos em inglês (sem tradução disponível)

BUCHDAHL, Gerd. Metaphysics and the Philosophy of Science: The Classical Origins, Descartes to Kant (Oxford: Basil Blackwell, 1969)
HACKER, P. M. S. Appearance and Reality: A Philosophical Investigation into Perception and Perceptual Qualities (Oxford: Basil Blackwell, 1987)
MORAN, R. Authority and Estrangement: An Essay on Self-Knowledge (Princeton and Oxford: Princeton University Press, 2001).